sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Líderes religiosos se reúnem na Suécia para discutir clima

Centenas de representantes das principais religiões do mundo reúnem-se nesta sexta-feira em Uppsala, na Suécia, para um encontro ecumênico sobre mudanças climáticas - tida como a primeira do tipo.
A reunião, de dois dias, inclui cristãos, muçulmanos, judeus, chineses daoístas e um representante dos povos indígenas dos Estados Unidos.

O encontro deve produzir um manifesto, a ser assinado por 30 líderes religiosos, que terá o objetivo de encorajar a Organização das Nações Unidas a buscar medidas mais rigorosas para lidar com as mudanças no clima do planeta.

Os líderes também querem incentivar o envolvimento pessoal de fiéis nos temas relacionados à causa.

O repórter da BBC no encontro, Christopher Landau, disse que será abordada na conferência a falta de entusiasmo em relação a medidas contra mudanças climáticas em alguns setores religiosos.

"Eis uma grande emergência humana", disse o bispo anglicano de Londres, Richard Chartres.

"Várias de nossas paróquias ainda encaram isto como um assunto periférico, de segunda ordem. Tem que subir nas prioridades."

Os delegados na Suécia acreditam que se apresentarem uma mensagem unificada para o mundo, as comunidades religiosas podem fazer uma contribuição real.

Fonte: bbcbrasil

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Refrigerante evangélico e cadeado católico


Em dezembro, será lançado o primeiro refrigerante evangélico: Leão de Judá. É isso mesmo! A empresa Alfa Gold, fabricante do produto, é do empresário Moisés Magalhães, da Igreja Universal do Reino de Deus. O lote de lançamento será de 12 milhões de litros e Moisés divulgou que 20% do lucro será destinado às ações sociais da Igreja que ele frequenta.
Em três sabores, cola, guaraná e laranja, na latinha do Leão de Judá vem impresso o salmo 33,12 "Feliz a Nação cujo Deus é o Senhor".
O nome Leão de Judá é uma referência à pessoa de Jesus Cristo, na passagem do livro do Apocalipse 5,5: "eis aqui o Leão que é da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e para romper os seus sete selos".
O empresário, otimista, espera abocanhar 2,5% do setor de bebidas não alcoólicas com uma boa divulgação do produto, e lógico, com o crescente mercado de consumo religioso.



E o mercado oferece diversidade e criatividade para atender a este perfil diferenciado de consumidor. A empresa PADO lançou no mês de outubro um cadeado com imagem de Nossa Senhora Aparecida. Um cadeado católico! E a empresa informa que parte da venda será destinada à Basílica. A PADO irá produzir 30 mil ítens do novo produto que permanecerá no catálogo da empresa por tempo indeterminado.
"A PADO se destaca por oferecer sempre produtos diferenciados, pensando em públicos estratégicos e, ao mesmo tempo, carentes de novidades no setor. Pensando nisso, resolvemos inovar mais uma vez e ousar a produção de um produto, no mínimo, inusitado", informa o diretor comercial e de marketing Alexandre Zanatta. "Tudo isso sem esquecer os principais focos da PADO, que são segurança, qualidade e design diferenciado", completa o diretor.
Ah...e como a criatividade é também utilizada para boicotar produtos e empresas, veja o site 'Macumba on line' que tem um 'trabalho' para levar à falência a empresa do refrigerante Leão de Judá. Na visita à Macumba on line, você poderá participar fortalecendo a macumba, votando contra ou à favor, enviando mensagem ao macumbeiro ou ainda mandando o pé - chuta que é macumba!

Fonte: Noticias Cristã

=))

Declaração Universal dos Direitos Humanos



Fonte: Portas Abertas

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Onde esta o amor ?



No último sábado aconteceu em Sorocaba + uma edição da "Marcha para Jesus". Em vez de juntar-se à presepada costumeira de "profetizar" e "declarar" uma pá de frases feitas e clichês, a Comunidade Ide optou por empunhar cartazes simples c/ frases exaltando o amor de Deus por todos.
A maior parte dos "marchadores" reagiu c/ frases como "queima, Jesus", "tá amarrado" e "misericórdia". Outros levantaram as mãos s/ o grupo p/ "interceder" por tão grande "desvio".
Segundo um dos participantes do grupo, "foi incrível a experiência de sentir na pele o que alguns grupos marginalizados sentem".

Filado do Pavablog

Não extremamente indignado !!

Ainda que na linguagem diplomática o chamamento de volta a Brasília do embaixador em Quito signifique o primeiro passo para o rompimento das relações com o Equador, foi tímida a reação do presidente Lula em relação ao calote da dívida com o BNDES. Mostrou-se indignado, mas não extremamente indignado como é natural que se proceda neste caso. Não fosse a crise econômica mundial, os petistas preferiam assimilar um prejuízo a mais à destruição da grande agenda propositiva desenvolvida junto aos vizinhos e amigos latino-americanos.

Observem que não há um clima de insatisfação do indulgente governo brasileiro com o mérito da atitude caloteira do presidente Rafael Correa. Há muita gente dentro do Palácio do Planalto que reconhece o esbulho como uma atitude legítima de uma nação pobre contra a ganância corruptora de uma empreiteira. O que pesa é a oportunidade. Ante a incerteza de que o mundo possa acabar, não é hora de distribuir benevolências e Correa esperneou um tanto tardiamente.

Na verdade, o governo brasileiro enquanto acreditou que a crise era um problema de Bush, meu filho, tratou da insubordinação equatoriana com o que se pode chamar de resistência passiva de um cônjuge enganado. O Brasil aceitou que a Odebrecht fosse expulsa do País. Depois admitiu sem reclamar que o mesmo ocorresse com Furnas, uma estatal da maior competência técnica e probidade. Ato contínuo quase que igual destino foi reservado à Petrobrás, fato que não se consumou depois de a empresa petrolífera se submeter a uma quebra temporária de contrato cujo prejuízo foi apenas adiado.

No afã de conquistar liderança moral da América Latina, o Brasil criou política externa centrada na comiseração. Somos credores de muito destes países, grande parte do investimento produtivo que eles recebem vem do Brasil, vez por outra perdoamos dívidas e mediamos conflitos em que eles se envolvem. Mesmo assim ficamos satisfeitos quando nos tratam como cachorro de rua. O interessante é que nações como a Bolívia, o Paraguai e o Equador justamente se munem do nosso extremo sentimento de humanidade e clemência para nos bombardear.

Correa, por exemplo, conta com a pronta mobilização de um certo Movimento Indígena Equatoriano para defender a soberania do seu país contra o imperialismo brasileiro. Fernando Lugo tem uma versão paraguaia dos sem-terra como força de reserva para eventual tomada de Itaipu. Morales se deu muito bem ao dar configuração étnica ao ato bandoleiro de invadir propriedade privada e quebrar a segurança contratual com a Petrobrás. Como líder, deveríamos lutar pelo aperfeiçoamento democrático, quando, no entanto, alimentamos o populismo macróbio.

A disposição caloteira de Rafael Correa é inaceitável sob qualquer aspecto. Agora é preciso ficar atento pois pode significar a antecipação de uma moratória geral dos países bolivarianos em conseqüência da queda acentuada do preço do petróleo. Em vez de assumir a missão de salvador da pátria alheia, a diplomacia brasileira fará bem ao País caso atue com a personalidade de líder. Não fará nenhum mal se assimilar os fundamentos da Doutrina do Guatambu desenvolvida por Theodore Roosevelt a respeito da influência geopolítica: “Fale suavemente, mas mantenha à mão um grande porrete.”

Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM-GO)

Filado do Noblat

Acho que a nossa politica externa com os vizinhos esta uma mer.......

Pastor aparece em São Januário e promove culto para os jogadores



Madson e Mateus participam da oração no estacionamento do Vasco, que é um clube tradicionalmente católico

Quando a fase é ruim, qualquer ajuda é bem-vinda, principalmente pelo momento que o Vasco vive no Brasileirão. O ditado popular caiu como uma luva para a cena presenciada na manhã desta quarta-feira, em São Januário. Logo após todas as atividades, inclusive as entrevistas coletivas, Madson e Mateus foram abordados por um pastor da igreja Assembléia de Deus e iniciaram um culto no estacionamento da Colina. Concentrados, os dois iniciaram a oração.

O culto durou cerca de 15 minutos. O que começou em silêncio no estacionamento, passou a ser ouvido a alguns metros de distância. Rodrigo Silva, o pastor da igreja de São Cristóvão, louvou com mais intensidade ao ver as câmeras de televisão. Madson afirmou que nada foi combinado com o pastor.

- Não combinamos nada com ninguém. Ele é um enviado de Deus. Ele nos passou a mensagem de Deus nas duas últimas rodadas – diz Madson.

A polêmica que envolve a situação é que nenhum funcionário ou membro da diretoria do clube tinham conhecimento da presença do pastor dentro do clube, que é tradicionalmente católico. Dentro de São Januário, inclusive, tem o santuário Nossa Senhora das Vitórias.

Logo que Roberto Dinamite foi empossado como presidente do Vasco, o clube viveu uma situação parecida. O ex-jogador Wilsinho, “o xodó da vovó”, esteve em São Januário e benzeu as traves com dois pastores evangélicos.

Fonte Globoesporte.com

Márcio Iannacca e Thiago Lavinas
Rio de Janeiro

A verdadeira mensagem

Então, no exato centro do redemoinho, Pedro levanta-se e faz algo belo e terrível e inteiramente prenhe de consequências: começa a falar.

Não sabemos porque é necessário que apenas um tome a palavra e ensaie um discurso quando todos já estavam “falando das grandezas de Deus”, mas a postura de Pedro (”pondo-se de pé e levantando a voz”, diante de uma multidão atenta e com as defesas baixas) passou a representar o modelo canônico de como Cristo deve ser efetivamente apresentado. O próprio Jesus não havia dito que mediante a concessão do Espírito os discípulos aprenderiam o ofício de “serem testemunhas”? Pelo que vemos aqui, “ser testemunha” nada mais é do que produzir um discurso – ou, como viria a ser chamado, um sermão – habilmente adequado à situação do momento. Todos que há um minuto falavam sinfonicamente, até mesmo os onze, são obrigados a calar para que a Voz seja ouvida em apenas um.

Um só pregador, uma só congregação, um só público de gente de fora carecendo de salvação: o Primeiro Momento do Espírito é também o arquétipo da Primeira Igreja.

Será essa uma interpretação justa deste momento e do que ele representa? De certa forma não temos a esta altura, depois de milênios dessa mesma leitura, como saber.

É claro que mesmo Jesus já havia discursado, e muitas vezes. Mas Jesus, dito grosseiramente, falava com mais parábolas e com menos esperança de angariar seguidores. Deve ser evidente também que o sermão de Pedro é mais misericordiosamente breve e mais contundente do que qualquer sermão dos nossos dias, mas talvez o que recebemos no livro de Atos seja uma versão estilizada, devidamente condensada – não apenas do que Pedro disse, mas do que aconteceu naquela ocasião.

Como o texto que chegou até nós exibe um grau indefinido de estilização, talvez o discurso centralizado de Pedro seja uma necessidade meramente narrativa; talvez seu conteúdo tenha sido transmitido cooperativamente, através de todos e a cada um. Mais importante será entender que, de certo modo, não faz diferença.

Como em todo o texto bíblico, de Gênesis a Apocalipse, a verdadeira mensagem e propósito deste momento não é nos ensinar como as coisas devem ser feitas, mas fornecer-nos um vislumbre do que representa que tenham acontecido como aconteceram. O livro de Atos é registro de terrível transformação, não de confortável permanência. Não é um Manual mas um Testemunho – e o livro inteiro é permeado pela tensão entre os que recusam-se a aprender a diferença e os que abraçam o impensável e o imponderável.

Importante aqui é que aparentemente Jesus havia sido calado pela cruz, definitivamente vencido pela vergonha da sua derrota, e não restava qualquer vestígio de vida na sua mensagem. O maluco havia sido silenciado e seus seguidores haviam demonstrado que não representavam ameaça; isto é, não estavam à altura dele.

Então há de repente um maluco – não, um bando de malucos – falando alto sobre a excelência da mensagem dele e sobre a grandeza encapsulada na sua vida e na sua morte. O discurso de Pedro é importante não porque nos ensine que devemos discursar, mas porque é a primeira vez desde a morte de Jesus em que alguém se levanta e fala em nome de Jesus.

É algo tremendamente ousado de se fazer e, veja, logo Pedro.

Por Paulo Bravo

Dupla assalta padres e usa sonifero

Dois homens armados e encapuzados invadiram e assaltaram a Paróquia São José Operário, em Santa Rita do Passa Quatro, na região de Ribeirão Preto (SP), na noite de anteontem. Eles amarraram os pés e as mãos de dois padres e usaram um comprimido, um tipo de sonífero, para evitar que os religiosos chamassem a polícia durante a fuga.

A dupla levou um Gol e cerca de R$ 300 da paróquia, além de pertences pessoais dos padres (dois telefones celulares, dois relógios de pulso, um anel de prata, um computador, uma filmadora e uma câmera fotográfica digital). A polícia não tem pistas dos assaltantes.

O padre Giorgio Masin foi rendido na casa paroquial, que fica ao lado da igreja, no Jardim Boa Vista, por volta de 21h45. Os dois homens estavam armados com um revólver, uma pistola e uma faca.

Logo em seguida, no outro cômodo, o padre João Nunes de Melo também foi rendido. "Eles nos jogaram ao chão e nos amarraram, com os pés e mãos para trás", comentou Masin, que é italiano e está há 37 anos no Brasil, sendo os últimos 12 anos em Santa Rita do Passa Quatro. As informações são do "Jornal da Tarde".
Fonte Uol

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

sábado, 22 de novembro de 2008

Precisamos aprender a meditar

A superficialidade é a maldição do nosso tempo. A doutrina da satisfação instantânea é o principal problema espiritual. A necessidade desesperada de hoje não é a de um número maior de pessoas inteligentes nem de talentosas, mas de pessoas com profundidade

Richard Foster em Celebração da disciplina Editora Vida

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona



Ha dias não ia ao cinema, sempre gostei de ver bons filmes, ontem fui com amigos
ver o novo filme do Woody Allen, Achei o filme ruim, O bom foi depois do filme
o papo com os amigos

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Docemente esquecê-lo

O projeto de esperar a outra vida me cansou, e resolvi abraçar esta. Gostar da simples existência, amar a vida e querê-la de todo jeito, mas do jeito em que se possa gozá-la melhor. [...] E comecei a achar um banho de chuva melhor do que a missa; a reunião inútil com meus amigos na praça, melhor do que a falsa utilidade da reunião de catequese; uma cerveja a sós, escutando Chico Buarque ou Mônica Salmaso ou João Sebastião Bach, me caíam bem mais em conta para um prazer do que a palestra que me havia sido incumbida proferir no ECC (sim, eu era o menino de ouro, o protegido prodígio da Diocese, porque aos 17 anos já ministrava cursos de teologia, e palestras doutrinárias em todo tipo de reunião). Entendi, desse modo, como era maior a tal da Teologia da Libertação, maior do que a paroquialização das CEB’s e do que a cooptação do discurso “libertador” por amplos setores das igrejas. Não era possível promover “justiça social”, lutar pela “democracia popular”, conquistar “direitos sociais”, enfim, não era possível mudar o mundo, se não se mudasse o criadouro de mundos que é a religião, ou melhor, a religiosidade. De nada adianta trocar os mandatários se nunca muda a relação que constitui por dentro o poder, e que baseia-se, obviamente, na “metafísica” subjacente a tudo.

Para ser como ele é preciso esquecê-lo.
[...] Ieshua era pra mim, de verdade, um Mestre nisso. Mas o problema é que não sabia a dosagem de seu esquecimento. Sabia que lembrar-se muito dele atrapalharia tudo, porque é preciso ser como ele e não para ele. E, para ser como ele, é preciso esquecê-lo, docemente esquecê-lo. Esquecê-lo é colocá-lo além da memória, é encarná-lo. Como as pernas e os braços que a gente tem e não se lembra, desde que não haja problemas com isso. Lembrá-lo traz sempre à tona aquelas ridículas desencarnações dele, as imagens de um modelo hollyoodiano loiro, sem força na fala, sem dramaticidade nos gestos, com uma falsa simplicidade, que denota mais os riquefifes de um nobre barroco do que o sorriso largo e companheiro de um artesão do interior.

O que, talvez, ele dissera, era verdade: ele estaria conosco, mas não da forma pessoalmente espiritual como quiseram as Instituições, mas da forma sublime que ele denominou de espírito santo - prefiro escrever com minúsculas, porque é menos hierárquico: isto é, fazendo-nos esquecer dele, para nos encontrarmos com a vida e com a sua realidade fantasiosa. Dando-nos, a qualquer um que o queira, o nosso espírito de volta, isto é, a carne com a saudade e a fantasia que ela traz.

Rondinelly Gomes Medeiros,
de seu posto no sertão paraibano, entre São Mamede e Patos,
em e-mail que mandou-me semana passada
Filado do Bacia das Almas

sábado, 15 de novembro de 2008

5 anos de guerra no Iraque - Reuters: Bearing Witness



Até quando ?

A Bíblia vista do espaço




O colectivo de artistas australiano The Glue Society revelou recentemente ao mundo o seu último projecto que desde já promete ser polémico. O trabalho é composto por um conjunto de imagens manipuladas digitalmente que procuram representar uma série de episódios bíblicos como se fossem observados de um satélite, tipicamente como no Google Earth. Acima podemos ver Moisés a atravessar o Mar Vermelho. É curioso como estas imagens vão ao encontro dos nossos estereótipos...

Veja mais em Obvious

A BÍBLIA É BABEL

A Bíblia não pode estar acima da vida. A maior autoridade na vida é a vivência mesma e não o texto sagrado da religião. O que contraria um pilar da tradição evangélica. Proponho inverter a afirmação tradicional. A vida é a maior autoridade sobre a Bíblia.

A hermenêutica evangélica da Bíblia hierarquiza o texto sagrado dividindo-o em patamares de estilo e valor: o texto normativo e o narrativo. Por ser uma escrita escorregadia, marcada pelas singularidades e obscuridades das experiências humanas, o texto narrativo precisa ser iluminado pelo texto normativo, aquele que discorre sobre Deus e doutrina a vida do crente. Sendo assim, grande parte dos evangelhos e do Livro dos Atos dos Apóstolos careceria ser interpretada com o auxílio preciso das Cartas Apostólicas. Também se sujeitariam a estes os poéticos e apocalípticos. Afinal de contas, o que fazer com o sorteio que define a vontade de Deus para a substituição no colégio apostólico, ou com a quantidade exorbitante de vinho providenciada pelo festeiro Nazareno transformando água em vinho? Os narrativos escandalizam, os normativos devolvem a ordem.

Esta compreensão hierarquizada da Bíblia já é uma “ginástica” conceitual para administrar a violência imposta à vida humana ao submetê-la a uma autoridade carente de dinamismo, à força fria do que está escrito. Os textos narrativos, maioria sugestiva da Bíblia, são repletos de ambigüidades, contradições, tensões, becos sem saída e imprecisões, porque são o retrato da vida de homens e mulheres que experimentaram Deus em épocas e culturas próprias. Da mesma forma que o discurso religioso quer sujeitar a vida ao texto bíblico, sua hermenêutica obriga-se a calar a polifonia irresistível dos textos narrativos com a mordaça dos chamados textos normativos.

Como se já não bastasse a hercúlea tarefa de arranjar a “Bíblia” de forma a maquiar suas imprecisões textuais e sua distância cultural em relação ao leitor, impõe-se ao crente arranjar sua vida de forma a encaixá-la na moldura das Escrituras, ou pelo menos dar esta impressão. Entenda o enquadramento da vida pelas Escrituras pelo que delas se compreende e se institui como fiel interpretação. Assunto com que já nos ocupamos em textos anteriores a este.

Acredito que precisamos ampliar o alcance da doutrina cristã da encarnação. O Deus que se fez gente deveria ser a mais importante chave de compreensão da Bíblia. Sendo assim, podemos entender o gesto de se esvaziar da condição acima da vida para assumir a condição humana de viver como a rendição de Deus à única realidade em que o que diz à humanidade pode fazer sentido, na vivência.

A Palavra de Deus se enche de sentido no Verbo Encarnado. O Verbo Vivo não mata a vida para se impor como doutrina. “O ladrão vem para roubar, matar e destruir”. Doutrina que não se vivencia assalta a vida. Mas a Palavra encarnada é a que vivencia radicalmente a existência humana e nela promove a vida intensamente. (Jo 10.10) O movimento divino de encarnação é um ato libertador. É negação de qualquer fala que se desconectou da vida para a sua afirmação redentora. Antes de dizer, desdizer.

Talvez por isso Jesus tenha usado com freqüência as locuções “Ouvistes o que foi dito aos antigos (…) eu, porém, vos digo que (…)” (Mt 5.22-44) Um Deus encarnado precisa dizer de novo. Reinterpretar o que sempre disse, pois fala de dentro da dinâmica existencial dos viventes. Fala com cheiro, com timbre, com cara, com batimentos cardíacos, com cultura e história, é a Raiz de Jessé, o Filho de Davi. Judeu nazareno oprimido pelos romanos. É provavelmente carpinteiro, certamente pobre. É filho de Maria, primo de João Batista. É “comilão e beberrão”. É rabi. É o filho do homem. É gente. Tem que desdizer e dizer de novo.

Acredito que foi por isso que Jesus suspendeu a prática do jejum em determinado momento, rito previsto e normatizado na Lei, negando qualquer sentido ao jejum na “presença do noivo” Como também colocou o Sábado a serviço da vida humana e a libertou de seu senhorio desastroso: o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. A vida é sagrada e não o mandamento do sábado. A Bíblia foi feita a partir da vida humana e não a vida humana a partir da Bíblia. A Bíblia sagra-se na vida.

Jesus re-significou a lei diante da mulher flagrada em adultério. A célebre pergunta “quem não tiver pecado atire a primeira pedra” seguida do perdão nada mais foi que a vida legislando sobre a Lei. Silenciou a opressão da palavra que acusa e condena e deu voz ao perdão e à esperança. Jesus é a vida se impondo sobre a letra. Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou? Tão pouco eu te condeno. Vá e abandone a vida de pecado.”

A grande pressão sofrida por Jesus, sua maior tentação, foi a de inverter a relação. Violentar a vida impondo sobre ela as regras vindas do alto. Ao que respondeu com uma metáfora. “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”. (Jo 12.24) Mesmo diante da morte previsível, Jesus se nega a jogar com outras regras que não as da vida. As únicas que poderiam produzir muito fruto. Regras acima da vida fariam a palavra de Jesus uma palavra solitária, sem sentido. A palavra encarnada na vida, inclusive na possibilidade previsível da morte, é solidária, é comunhão, são muitos frutos, tem muito sentido. O mundo é reconciliado com Deus apenas na palavra que frutifica no solo da existência humana.

É por isso que o pregador que vocifera promessas de milagre precisa deixar o púlpito e freqüentar os quartos de hospitais onde esperam pelo último suspiro centenas de enfermos. Gente que nunca experimentará a tal “fé” que produz milagres. Pela mesma razão lamento a dor, mas celebro a oportunidade de ter a companhia de pastores que experimentaram o fim do casamento. Eles sim têm o que dizer sobre a interpretação de textos bíblicos a respeito do divórcio e novo casamento. Festejo a globalização e o acesso em tempo real aos fatos do mundo, pois enquanto reclamamos de Deus um jeitinho para os nossos mínimos problemas somos também constrangidos pelos campos de refugiados em Darfur.

Não tenho dúvida de que essa necessidade de alçar o texto bíblico acima do mundo vivido é uma manobra de perpetuação de poder, ou seja, da religião instituída. Apenas a instituição teme a leveza da vida humana, sua imprevisibilidade a ameaça, seu descontrole a esvazia, sua circunstancialidade a relativiza. Por isso o texto precisa emoldurar a vida humana e confirmar a relevância da religião organizada. Não consigo parar de repetir que a Bíblia que se posiciona acima da vida é sempre a imposição de uma interpretação dela e nunca ela mesma.

A Bíblia em si mesma é a sabotagem divina à sistematização dos amantes do poder. A Bíblia é Babel. A confusão de línguas e histórias impedindo a divinização dos edifícios. Babel é a vida liberta por Deus das amarras hegemônicas dos poderosos. A Bíblia é Deus confundindo os esforços cartesianos de aprisionamento da verdade. A Bíblia é Deus libertando a vida das razões absolutizantes. A Bíblia é Deus babelizando os poderosos e espalhando a verdade por tantos viventes quantos haja. A Bíblia é tão narrativa quanto à vida. E tão desorganizada, imprevisível, imprecisa, surpreendente e contraditória quanto a vida de qualquer um de nós.

E é justamente porque a Bíblia se parece muito com a vida humana que tem muito e sempre o que dizer à humanidade. Sendo um livro essencialmente narrativo é Deus falando enquanto vivemos.

Gadamer fala da compreensão como um jogo. Um jogo dialógico e dinâmico. Como em um jogo, só se compreende bem algo, suas regras e funcionamento, a medida que é vivenciado. Aprendemos um jogo não quando lemos suas regras, mas quando o jogamos. Aí sua dinâmica é apreendida. Ninguém aprende a jogar a partir de uma manual de regras, mas a partir do jogo mesmo. Porque um jogo é muito mais que as regras de seu funcionamento. É intuição. Discernimento. Interpretação. Improviso. Imaginação. Só então as regras do jogo fazem algum sentido.

A Palavra de Deus também. Enquanto vivemos, a Bíblia pode ser compreendida na dinâmica do que experimentamos. O que diz só faz sentido a partir do que vivenciamos. O que acreditamos dizer a Bíblia como Palavra de Deus é apenas o que faz sentido na vida que experimentamos aqui e agora. O que cai no solo da existência humana e frutifica. O que promove e afirma a vida humana. “A letra mata, mas o Espírito vivifica”.

Para a vida humana, com tantas vozes e imprevisível, uma Bíblia tão falante e tão surpreendente.

Elienai Cabral Junior

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

NOJOOD: A MENINA DE DEZ ANOS QUE SE DIVORCIOU


O drama de Nojood começou quando o pai, um desempregado que antes recolhia lixo nas ruas, quebrou a promessa de não a retirar da escola para lhe arranjar um marido, como fez a outras irmãs. Ela frequentava a segunda classe e adorava estudar Matemática e o Corão. Ele foi buscá-la para a entregar a um homem de 30 anos, o carteiro Faiz Ali Thamer.

No dia do casamento, confiante num alegado compromisso de que a união não seria consumada antes de ela “ser adulta”, a menina ficou fascinada com o dote: três vestidos, um perfume, duas escovas do cabelo, dois hijab (véu islâmico) e um anel cujo preço equivalia a 20 dólares. Este foi logo vendido por Thamer, que comprou roupas para si. A partir dali, a vida da recém-casada só piorou.

“Eu corria de sala em sala para tentar fugir, mas ele acabava sempre por me apanhar”, revelou Nojood ao jornal Yemen Times. “Chorei tanto, mas ninguém me ouvia. Sempre que eu queria brincar no pátio, ele vinha, batia-me e obrigava-me a ir para o quarto com ele. E se seu pedia misericórdia ainda batia e abusava mais de mim. Eu só queria ter uma vida respeitável. Um dia fugi.”

E esse dia foi 2 de Abril deste ano, dois meses após o casamento. Sob o pretexto de ir visitar a sua irmã favorita, Haifa (que aos nove anos vende pastilhas na rua), seguiu o conselho da “tia” (a segunda mulher do pai) e foi procurar justiça. Esta mendiga que ocupa um quarto com os seus cinco filhos foi a única que a tentou ajudar.

Nojood apanhou primeiro um ônibuso e depois um táxi e foi até a um tribunal de Sanaa. Ela era tão pequenina, que quase passou despercebida aos magistrados, aos advogados e a outros funcionários. À hora de almoço, quando a multidão se dispersava, relatou o diário Los Angeles. Times, “um juiz curioso aproximou-se dela e perguntou-lhe o que fazia sentada num dos bancos”. A resposta foi: “Eu vim pedir o divórcio.” Mohammed al-Qadhi, o juiz, ficou comovido.

A fotografia acima mostra Nojood ao lado da advogada, em cerimônia na cidade de Nova York, quando foi agraciada com uma das “Dez Mulheres do Mundo de 2008.

fonte: Diario de um Juiz

A Tristeza


A tristeza é um livro sábio que se tem no coração e que nos diz centenas de coisas - impede-nos de apodrecer como um cogumelo debaixo de uma árvore; pouco a pouco vai fabricando uma provisão de ensinamentos para a vida.
Juliusz Slowacki
fonte: Amigos do Freud

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Cristianismo Comparado


ÍNDIA, PAQUISTÃO, BANGLADESH – QUANDO DENOMINAÇÕES SE UNEM

O que fazer como minorias de cristãos em uma área dominada por grandes religiões: bramanismo, islamismo, jainismo, sikismo, budismo? Como unir recursos para uma grande missão? Como testemunhar o evangelho em unidade? Como não ter uma face estrangeira (importação cultural) diante de culturas milenares? Essas questões incomodaram líderes cristãos da Índia, que iniciaram conferências ecumênicas desde 1855. Já em 1908 se dava a primeira fusão – de presbiterianos e congregacionais – com a criação da Igreja Unida do Sul da Índia. A Conferência de Traquebar, em 1919, recomendou o início de uma caminhada séria que levasse à fusão de denominações em Igrejas unidas.

Em 27 de setembro de 1947, foi finalmente criada a Igreja do Sul da Índia (www.csichurch.com), com a fusão dos anglicanos, metodistas, presbiterianos, congregacionais e reformados holandeses, tendo como base o Quadrilátero de Lambeth (Escrituras, Credos, Sacramentos, Episcopado Histórico). Hoje a Igreja do Sul da Índia possui 15.000 congregações, com 3 milhões e 800 mil membros, 2.000 escolas, 130 faculdades, 104 hospitais e 500 abrigos para 35.000 crianças.

Como fruto do mesmo movimento, foi criada, em 29 de novembro de 1970, a Igreja do Norte da Índia, com a união de anglicanos, metodistas, presbiterianos, batistas, irmão livres (irmão de Plymouth) e discípulos de Cristo. A Igreja do Norte da Índia (www.cnisynod.org) possui 26 Dioceses, 1 milhão e 250 mil membros, 65 hospitais e 250 instituições denominacionais.

Inicialmente, houve uma aceitação de todas as ordenações, a criação de um Episcopado histórico pela imposição de mãos de Bispos Anglicanos e da Igreja Siriana Mar Thoma (reformada), e, a partir de então, todo o novo clero foi sendo Ordenado com sucessão apostólica.

Essas Igrejas unidas e inculturadas têm crescido, principalmente com a conversão na casta dos parias (dalit) e nas populações tribais.

Em 01 de novembro de 1970 foi criada a Igreja do Paquistão (www.churchofpakistan.org.pk), unindo anglicanos, metodistas, presbiterianos e luteranos, contando hoje com 800 mil membros, sob sérias restrições do regime islâmico.

Em 1971 o Paquistão Ocidental se separou do Paquistão Oriental, criando o país independente de Bangladesh. Isso levou, também, a divisão da Igreja. Em 1974, um sínodo deliberou pela criação da Igreja de Bangladesh.

Essas Igrejas incorporaram as diversas tradições denominacionais dentro do contexto cultural local, são presididas por um Moderador, têm um manual de liturgia inspirados no Livro de Oração Comum (LOC), e estão todas elas hoje filiadas à Comunhão Anglicana, como Províncias Autônomas. “Somos hoje todos bons anglicanos”, me dizia em abril passado o Reverendo Cônego Vinay Samuel, diretor do Centro de Oxford para Estudos Missiológicos, e ele mesmo um clérigo da Igreja do Sul da Índia.

Diante do incessante “rachismo” e “americanalhismo” da cristandade reformada brasileira atual, essas ações de unidade geradas pelo Espírito Santo em corações movidos pelo amor a causa e ao bom senso, nos serve de alento.

Poderia algo semelhante acontecer também na Terra da Santa Cruz?

Paripueira (AL), 05 de novembro de 2008.

+ Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano

"Só depois que nos tornamos humildes e ensináveis e permanecemos extasiados diante da santidade e soberania de Deus... reconhecendo nossa pequenez, desconfiando dos nossos pensamentos e desejando ter a mente humilhada, é que podemos adquirir a sabedoria divina" (J.I. Packer).
Este texto foi encaminado pelo docente e amigo Elson Cormack

domingo, 9 de novembro de 2008

Frase de lápide no cemitério da Argentina



fonte: Blog do Noblat

Uma vida tocada na flauta



O vício ia tirando Charles dos palcos; entrou, enfim, no círculo vicioso da marginalidade até ir para a rua



A flauta é o único objeto que sobrou de um fugaz passado glorioso. O resto está irreconhecível numa caverna debaixo do viaduto Costa e Silva, o Minhocão, a poucos metros da igreja da Consolação, onde mora Charles Pereira Gonçalves, na região central.

As pontas dos dedos que tiravam notas musicais estão agora queimadas pelo crack. O sopro está comprometido pela tuberculose que contamina o pulmão. Trajado com roupas sujas e fétidas, Charles, olhos vazios, desistiu de tomar banho. Parece ter bem mais idade do que seus 34 anos.

A combinação de doenças -além da tuberculose, ele está com pneumonia- deixou-o esquelético e silencioso, sem vontade de conversar. Os sons que emite vêm de uma tosse constante. Quando, porém, vez por outra, ele toca seu instrumento, voltam os fragmentos da memória dos tempos em que, ainda menino, dividira o palco com músicos como o pianista Arthur Moreira Lima, o saxofonista Paulo Moura e o flautista Altamiro Carrilho.

Altamiro Carrilho ficou tão impressionado ao ouvi-lo tocar um chorinho que comentou: "Só pode ser reencarnação". Até então, não tinha visto alguém tão jovem e sem nenhum estudo musical tocar tão bem -e muito menos acreditava em reencarnação.

O maestro Júlio Medaglia explica essa habilidade pelo ouvido absoluto, termo técnico que designa rara sensibilidade de distinguir as notas. Isso torna ainda mais difícil entender como Charles consegue viver naquela caverna embaixo do Minhocão, onde, por causa do trânsito ininterrupto de veículos, o barulho não pára.

Por muito pouco, ele não viveu em ambientes radicalmente diferentes daquele, distantes da poluição sonora do viaduto. Medaglia dizia que, com estudo, o menino se transformaria em um instrumentista de renome mundial e conseguiu-lhe como professor, na Alemanha, o primeiro flautista da Orquestra Filarmônica de Berlim. "Pode ser um dos grandes flautistas do mundo", apostou Medaglia.

Às vésperas de viajar para a Alemanha, porém, Charles começou a hesitar e a demonstrar um comportamento estranho. A droga começava a entrar na sua vida.

Quando indagado sobre o motivo por que caiu nas drogas, ele explica, entre frases confusas: "As pessoas pensavam que eu estava fora do Brasil e deixaram de me procurar. Fiquei desanimado, comecei a não ir mais para a escola e a usar drogas. Experimentei crack e me perdi".

Acompanhado de dois de seus irmãos (um deles, gêmeo), Charles tocava nas ruas do centro de São Paulo, em 1984, quando tinha dez anos de idade. Diante do talento do filho, o pai, viúvo, treinou os irmãos para buscar dinheiro na rua.
A visibilidade das ruas levou-o a gravar um disco no começo da década de 1990 e a ser chamado para shows e programas de televisão.

O vício ia tirando-o dos palcos. "Só queria crack." Começou a faltar dinheiro. Entrou, enfim, no círculo vicioso da marginalidade até ir para a rua. Ele agora se diz disposto a dar aula particular em alguma escola.

"Queria ensinar flauta para crianças pequenas." Está consciente, entretanto, de que, viciado e tuberculoso, não pisaria numa escola. "Antes preciso cuidar de minha saúde."

Seu depoimento só mostrou mesmo emoção quando ele falou de sua única criação recente, ao se referir ao filho de um ano de idade. "Nunca vi o rosto dele, mas acredito que ele possa vir a ser um grande flautista."

Talvez por causa do sonho de que o talento, desperdiçado, pudesse ser salvo no desconhecido filho, ele tirou a flauta do bolso do paletó e tocou um chorinho. Nessa vaga esperança, era como se sua vida ainda pudesse ser tocada na flauta.


PS - Charles acabou tomando, por acaso, todo o espaço desta coluna. A idéia inicial era apresentá-lo como um exemplo de desperdício de talento para comentar o lançamento, na semana passada, da extensão do programa Bolsa Família para jovens. A justificativa dada pelo governo era reduzir a evasão escolar. Estava municiado de números sobre evasão, que, em alguns lugares, está crescendo, além de informações sobre como o ensino médio, tão longe da realidade, expulsa os adolescentes do prazer de aprender. A tragédia resume-se aos 7 milhões de jovens em regiões metropolitanas que não estudam nem trabalham, presas fáceis da marginalidade. Ficou tão difícil tirar espaço de Charles como deve ter sido desviar dele a atenção nos tempos em que encantava platéias. Mesmo doente, participou da gravação de uma faixa de um CD em 2006: quem ouvir a música (clique aqui) sentirá melhor do que em números o que é o desperdício de talentos.

Fonte Gilberto Dimenstein

sábado, 8 de novembro de 2008

Eu tenho um sonho

Abaixo o discurso do Rev. Martin Luther King, 45 anos depois um negro chega a Casa Branca

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O MALEDICENTE

O MALEDICENTE, covarde entre todos os envenenadores, está seguro de sua impunidade; por isso é desprezível. Não afirma, senão insinua; chega a desmentir imputações que ninguém faz, contando com a irresponsabilidade de fazê-las nesta forma. Mente com espontaneidade, como respira. Sabe selecionar o que converge à detração. Diz distraidamente todo o mal de que não está seguro e cala com prudência o bem do qual tem certeza.

José Ingenieros
via Ricardo Gondim

domingo, 2 de novembro de 2008

Luta contra pobreza inspira canção do U2



Quando 116 milhões de pessoas se manifestaram recentemente contra a pobreza mundial, seu grito coordenado não fez grandes manchetes -- mas inspirou o roqueiro e ativista irlandês Bono a compor uma nova canção para sua banda U2.

Em entrevista à Reuters, Bono disse que a campanha Stand Up and Take Action (Levante-se e Entre em Ação), realizada em 131 países, o inspirou a criar uma canção intitulada "Stand up".

"Ela ainda não está pronta, mas foi inspirada por esse conceito de levantar-se. Mas é um pequeno diamante", disse Bono, falando ao telefone desde Los Angeles.

Os organizadores da campanha disseram que os 116 milhões de pessoas que exortaram os líderes mundiais a não esquecer sua promessa de reduzir a pobreza e a fome no mundo até 2015 representam quase 2 por cento da população mundial e o recorde mundial Guinness de "a maior mobilização de massas sobre uma questão isolada."

Oito anos atrás os líderes mundiais fixaram uma série de metas, conhecidas como Metas de Desenvolvimento do Milênio, ou MDMs, para a redução da pobreza, a educação, saúde, igualdade e combate à desnutrição.

Mas os países em desenvolvimento temem que os países ricos aproveitem a pior crise financeira desde a Grande Depressão como desculpa para descumprir suas promessas.


Contrato moral

Bono disse: "Embora não tenha sido feito um contrato legal, como desejaríamos, foi firmado um contrato moral."

"Quebrar uma promessa feita a você mesmo, seu parceiro, sua família, promessas de um político a seus eleitores, tudo isso é ruim. Mas quebrar uma promessa feita às pessoas mais pobres e vulneráveis do mundo é um crime hediondo. Isso é inaceitável", disse ele.

Bono vem há anos aproveitando sua condição de celebridade para levantar dinheiro e chamar a atenção para a pobreza mundial e destacar como a ajuda, quando bem empregada, pode ajudar com a prevenção e o tratamento de doenças como malária e Aids.

"É terrível pensar que nós podemos tirar o pé do pedal aqui e que eles, lá, sejam os que saiam da estrada", disse ele, falando do receio de que menos ajuda vá retardar o progresso da África.

Mesmo assim, Bono disse que a região demonstrou ter potencial econômico significativo, com vários anos de crescimento econômico forte sob a égide de uma nova geração de líderes.

fonte: G1 via http://igrejaemergente.com.br/

Fé e Deus nas eleições dos EUA



O presidente Goerge W. Bush consolidou a associação de líderes conservadores americanos com Deus. "Quanto mais tempo passamos com Deus, mais nós vemos que Ele não é um rei distante, mas um amoroso pai", disse Bush durante um discurso. Se as urnas reproduzirem o que dizem as mais recentes pesquisas de opinião, os Estados Unidos em breve mudarão de rumo, seguindo um caminho mais liberal, voltando ao comando democrata. Mas, se o senador Barack Obama for eleito presidente no próximo dia 4, a inspiração divina continuará na Casa Branca, como ele já deixou claro ao longo de sua campanha. "Eu quero que vocês orem para que eu possa ser um instrumento de Deus", afirmou Obama em um encontro com seguidores.

As falas acima aparecem em um documentário da BBC que lança uma luz sobre o atual estado da superpotência mundial, a partir de uma perspectiva histórica. O historiador britânico Simon Schama, professor da Universidade de Columbia, em Nova York, analisou, entre outros temas, o papel da religião na formação e no desenvolvimento da nação americana. Na série para a TV, "The American Future: A History" (O Futuro Americano: uma História), exibida dias atrás aqui na Grã-Bretanha, Schama mostrou em um dos episódios como a religião, e especialmente o exercício da liberdade religiosa, é central na história dos Estados Unidos. Afinal, os pioneiros que cruzaram o Atlântico buscavam construir comunidades onde pudessem orar da forma que quisessem, liberdade garantida no Estatuto da Liberdade Religiosa da Virgínia, elaborado por Thomas Jefferson.

Esse aspecto da história americana é explorado de forma didática e inteligente por Schama, que em seguida traz para a realidade atual a importância da fé em Deus. "Cristãos evangélicos suspeitam que o candidato republicano, John McCain, não seja exatamente seu homem", diz o historiador. "Desta vez, é o candidato democrata, Barack Obama, quem invoca a fé como sua inspiração."

A fé de Obama quase o colocou em apuros meses atrás, quando sua associação com o reverendo Jeremiah Wright, seu ex-pastor em uma igreja da comunidade negra de Chicago, foi explorada na disputa pela indicação democrata. Wright, em seus sermões incendiários, atacava a nação e o ex-presidente Bill Clinton. Dizia que os Estados Unidos praticavam terrorismo no exterior e falava em uma "América branca". Barack Obama viu-se forçado a responder e o fez em um discurso que se tornou histórico e ficou conhecido como o "discurso sobre raça". No pronunciamento, Obama atacou de frente a questão racial no país e criticou as declarações do seu ex-pastor. Mas também falou da importância de Wright para sua formação moral e do papel da religião na sua vida. "O homem que eu conheci há mais de 20 anos é um homem que ajudou a me apresentar para a fé cristã, que falou para mim das obrigações de amarmos uns aos outros, de cuidar dos enfermos e ajudar os pobres." Barack Obama diz ser um homem de Deus, e a fé tem sido central na sua tentativa de se tornar o primeiro negro na Casa Branca.

O republicano John McCain raramente fala de Deus ou de religião. Ele freqüenta a igreja, mas não tem a fé como uma de suas armas políticas. Sua candidata a vice, Sarah Palin, é amada por religiosos conservadores, mas sua presença na chapa não foi suficiente para dar um toque evangélico na campanha republicana. Após oito anos de Bush clamando ter o Criador ao seu lado, divulgando a partir de Washington uma versão conservadora de religião, apoiado numa aliança da direita cristã com conservadores judeus, a inspiração divina nos Estados Unidos agora é outra. Nesta eleição Deus parece estar do lado democrata.

Rogério Simões em blog dos editores da http://www.bbc.co.uk/portuguese/

OS VALORES PODEM SE MANIFESTAR NAS CONDIÇÕES MAIS ADVERSAS



Ex-catadora de lixo de Belo Horizonte Maria das Graças Marçal, conhecida popularmente como “dona Geralda”, fundou a Asmare (Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável). Trata-se de um projeto social que atende várias dezenas de catadores na capital mineira e já recebeu diversos prêmios pelo seu caráter inovador. Inclusive, a oportunidade de ir pessoalmente, em 1999, à sede da ONU, em Nova York, para receber o Prêmio Unesco na categoria Ciência e Meio Ambiente.

Um feito e tanto para quem começou a catar papel aos 8 anos de idade, quando a família resolveu deixar o interior de Minas Gerais para buscar oportunidade na capital. Com a morte do pai, três meses depois, a mãe e os quatro filhos ficaram na indigência, sendo obrigados a viver do lixo. Dos 8 aos 16 anos, dona Geralda carregou lixo na cabeça. A partir dos 16, começou a puxar o carrinho, principal instrumento de trabalho do catador, que chega a puxar até meia tonelada usando a força das pernas e das mãos.

As iniciativas de Dona Geralda demonstram que empreender é um estado de espírito e não sinônimo de pessoa jurídica. O negócio que ela dirige não recicla apenas lixo; recicla vidas.
Existe valor mais nobre? Existe resultado mais surpreendente do que o que dona Geralda consegue? Ela pode até não gostar de ser chamada de líder – para ela, um “apelido” muito complicado –, mas faz tudo aquilo que o líder deve fazer: motiva pessoas em torno de uma causa, apresenta resultados surpreendentes, lidera onde se faz necessário e forma outros líderes. Finalmente, mas não em último lugar, inspira por valores que enobrecem aqueles que abraçam a causa.

César Souza
consultor, palestrante e presidente da Empreenda, autor de “Você é o Líder da Sua Vida?”. Apontado pelo World Economic Forum como um dos “200 Global Leaders for Tomorrow”.

sábado, 1 de novembro de 2008

Semana Haggai (2)


Pensei que ia poder postar na semana que passei no Haggai onde estive fazendo
o Workshop de Docentes, Mas que nada, foi muita coisa boa acontecendo e uma pressão grande para poder dar uma aula em 5 minutos e ser avaliado pelos colegas e pela banca do Haggai
Entre mortos e feridos salvaram-se todos
Uma correção, a arte acima foi feita pelo docente Elson Cormak