quinta-feira, 29 de maio de 2008

Carta de Bonhoeffer

Carta escrita por D. Bonhoeffer no presídio de Tegel (Berlim) para Eberhard Bethge em 21 de julho de 1944.
"Lembro-me de uma conversa que tive há 13 anos na América com um jovem pastor francês".
Simplesmente, nos pusemos a perguntar um ao outro sobre o que afinal desejávamos da vida.
Então ele disse: eu gostaria de tornar-me um santo (e eu acredito que ele o conseguiu).
Aquilo me impressionou profundamente. Mesmo assim eu me opus e disse, com efeito, que eu gostaria de aprender a crer. Por muito tempo não compreendi a profundidade deste contraste.
Pensei que pudesse aprender a ter fé, vivendo eu mesmo algo como uma vida santa....
Mais tarde eu experimentei e experimento até este momento que só vivendo plenamente neste mundo aprendemos a crer. Quando desistimos completamente de fazer algo importante de si mesmo, ou seja, ser um santo ou um pecador convertido ou um eclesiástico, um justo ou um injusto, um doente ou são. Viver plenamente neste mundo significa viver na plenitude das tarefas, dos problemas, dos sucessos e fracassos, das experiências e perplexidades, assim nos lançamos completamente nos braços de Deus, e não mais levamos tão a sério os nossos próprios sofrimentos, mas levamos a sério o sofrimento de Deus no mundo, e então vigiamos com Cristo no Getsêmani e penso que isto é fé, isto é arrependimento. Assim nos tornamos cristãos e homens. Quem se tornaria arrogante com os sucessos ou desanimado com os fracassos, tendo uma vida assim, participando dos sofrimentos de Deus?
Creio que entendes o que quero dizer, mesmo que o diga assim em poucas palavras. Sou muito grato por ter podido descobrir isso e sei que só o pude mesmo reconhecer no caminho que tive de andar.
Por isso lembro com gratidão e em paz do que passou e permaneço assim no presente....
Deus nos guie com sua bondade através dessa época, mas acima de tudo Deus nos guie até a sua presença.
Fonte: Sociedade Bonhoeffer [via Práxis Cristã]

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Argélia: Cristãos convertidos são julgados por pregar religião não-islâmica

Os homens, protestantes, são acusados de distribuir material religioso considerado ilegal. O veredicto deve ser anunciado na próxima terça-feira, dia 3 de junho.

Em um caso paralelo, uma mulher, Habiba Kouider, foi processada por ter sido pega portando exemplares da Bíblia, na cidade de Tiaret, a cerca de 400 km da capital Argel.

Ela é acusada de pregar uma religião sem autorização e pode ser condenada a até três anos de cadeia. Kouider nega a acusação.

Exemplo

Alguns jornais argelinos afirmam que o caso de Kouider seria um exemplo de desrespeito à liberdade de consciência, direito garantido pela Constituição do país, que permite, pelo menos no papel, a prática de outras religiões.

Desde 2006, entretanto, as leis argelinas determinam que congregações não-islâmicas e líderes de outras religiões precisam obter licença do governo para poder pregar suas crenças.

Os advogados das vítimas estão sendo pagos pela organização não-governamental American International Christian Concern.

A porta-voz para a África da organização, Darara Gubo, disse à BBC Brasil acreditar que atualmente existe um movimento crescente de repressão à conversão ao cristianismo em vários países muçulmanos.

“Em diversas nações islâmicas os cristãos estão sendo processados quando usam sua liberdade religiosa e evangelizam muçulmanos. Isso acontece na Argélia, Irã, Arábia Saudita, Jordânia e muitos outros países”, disse ela.

Gubo afirma que a repressão aumentou na Argélia após a exibição de um documentário que mostrava um aumento do número de cristãos no país.

“Isso (o documentário) gerou muita pressão de outros países do Oriente Médio e da África. Eles consideraram vergonhoso que os muçulmanos estivessem se convertendo.”

O governo da Argélia afirma que existem cerca de 11 mil cristãos no país, cuja população é de cerca de 33 milhões. Grupos religiosos cristãos afirmam que o número de fiéis é bem maior.

Seis cristãos convertidos do islamismo podem ser condenados a até dois anos de prisão e a pagar multas de cerca de US$ 8 mil na Argélia, depois de serem acusados de pregar uma religião não-islâmica sem a aprovação do governo.

Fonte bbcbrasil.com

Rodrigo Coelho
Da BBC Brasil no Cairo

Gloria a Deus

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Tome uma atitude!!

Educar para a cidadania

Cidadania rima com democracia. Se nem se sabe o nome do político em que se votou nas últimas eleições, e muito menos o que andou fazendo (ou desfazendo), como participar das decisões nacionais? Assim, nossa democracia permanece meramente representativa. Dá-se um bom emprego a um político. Sem se dar conta de que são reflexos diretos da política o preço do pão, a mensalidade da escola, a qualidade de vida.
Ser cidadão é entrar em um nó de relações. É simples: ao pedir nota fiscal, evita-se a sonegação e aumenta-se a arrecadação pública que, em tese, permite ao governo investir em rodovias, hospitais, escolas, segurança etc. Quando se recusa a propina ao guarda, moraliza-se o aparato policial.
Cidadania supõe consciência de responsabilidade cívica. Nada mais anticidadania do que essa lógica de que não vale a pena chover no molhado. Vale. Experimente recorrer à defesa do consumidor, escrever para jornais e autoridades. Querem os políticos corruptos que passemos a eles cheque em branco para continuarem a tratar a coisa pública como negócio privado. E fazemos isso ao torcer o nariz para a política, com aquela cara de nojo.
Cidadania rima com solidariedade. Cada um na sua e Deus por ninguém é o que propõe a filosofia neoliberal. Sem consciência de que somos todos resultados da loteria biológica. Nenhum de nós escolheu a família e a classe social em que nasceu. Injusto é, de cada 10 brasileiros, 6 nascerem entre a miséria e a pobreza (e nascem por ano, no Brasil, cerca de 3 milhões de pessoas). Ter sido sorteado implica uma dívida social.
Solidariedade se pratica com participação nos movimentos sociais, sindicatos, partidos, ONGs, administrações públicas voltadas aos interesses da maioria.
Se prefere deixar "tudo como está para ver como fica", não se assuste quando lhe enfiarem um revólver na cara ou exigirem que trabalhe mais por menos salário. Afinal, você merece, como todos que não percebem que cidadania e democracia são sempre uma conquista coletiva que depende do corajoso empenho de cada um de nós.
Este ano teremos eleições municipais. Comece a pensar grande. Espelhe-se no Movimento Nossa São Paulo. Repita-o em seu município. Muitos se queixam de que o mundo vai mal, o governo é incompetente, os políticos oportunistas. Mas o que faço para melhorar as coisas?
Havia em São Paulo um travesti, Brenda Lee, que batizei de Cleópatra em meu romance Alucinado Som de Tuba (Ática). Antes de morrer assassinado, ocupou-se de cuidar de seus companheiros contaminados pela aids. Não esperou que o poder público o fizesse. Transformou a pensão em que morava em hospital de campanha. Foi a primeira pessoa física a obter, na Justiça, verba pública para uma iniciativa individual.
O dilema é educar para a cidadania ou deixar-se "educar" pelo neoliberalismo, que rima com egoísmo.
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Paulo Freire e Ricardo Kotscho, de Essa escola chamada vida (Ática), entre outros livros.

domingo, 18 de maio de 2008

Madeira de lei

No “Painel do Leitor” da Folha de São Paulo de 16 de maio de 2008, Stalmir Vieira escreveu sobre a demissão de Marina: “No mundo encantado do poder, ocupado por ex-subversivos e ex-torturados, hoje bochechudos, rosados e de cabelos bem arranjados, o único papel que caberia a uma mulatinha magrinha, que jamais aceitou abandonar suas origens, seria o de servente. Ela não topou”. ...

O empobrecimento ético dos evangélicos é notório e Marina Silva destoa. Portanto, quando não der para sentir orgulho dos crentes brasileiros, nos inspiremos em nossa irmã.

Soli Deo Gloria.

Texto filado do site do Pr Ricardo Gondim

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Europa: igrejas mobilizarão fiéis para mudança climática

Os representantes das principais religiões monoteístas européias se comprometeram hoje a mobilizar seus fiéis contra a mudança climática, em reunião impulsionada pelos líderes das principais instituições européias.

O encontro, o quarto deste nível realizado na União Européia, reuniu os presidentes da Comissão, do Conselho e do Parlamento europeus com altos dignatários das igrejas anglicana, reformista, ortodoxa, católica, islâmica e judaica.

A reunião de hoje constitui "a primeira ocasião na qual há uma colaboração direta entre líderes espirituais e a UE" em matéria de proteção do meio ambiente, segundo afirmou em entrevista coletiva o presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, que qualificou o encontro de "intenso e frutífero".

Tanto Barroso quanto o primeiro-ministro esloveno, Janez Jansa, e Hans-Gert Pottering, presidentes do Conselho e do Parlamento europeus, respectivamente, assinalaram que as religiões podem desempenhar "um papel fundamental" para conscientizar a opinião pública sobre a necessidade de atuar contra a mudança climática.

"Concretamente, as igrejas poderiam conseguir fazer com que o povo mudasse seus hábitos, e realizasse um consumo mais responsável e mais respeitoso para com o meio ambiente", disse o arcebispo de Vilnius, Audrys Juozas Backis.

Além disso, os representantes dos distintos credos que convivem na Europa e os responsáveis das instituições européias abordaram a necessidade de reconciliação entre as religiões e de fomentar o diálogo intercultural.

Pottering declarou a esse respeito que, apesar das diferenças que possam existir em muitos temas, todos coincidem em promover o respeito e a tolerância, "ao contrário dos que falam em choque de civilizações".

Por sua parte, o presidente da CE destacou a importância de compatibilizar a liberdade de expressão e o respeito para com as outras crenças, algo que, segundo ele, "será fundamental para o futuro da Europa".

Perguntado sobre este mesmo tema, o ulemá da Bósnia-Herzegóvina, Mustafá Céric, se referiu ao documentário sobre o Islã feito pelo deputado holandês Geert Wilders, o qual, indicou, "provavelmente não contribuirá para melhorar a liberdade de expressão, mas somente para ferir muitos corações".

EFE

Agência EFE -

sábado, 3 de maio de 2008