domingo, 31 de agosto de 2008

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Breve Dicionário Neoevangélico

Fé - Crer absolutamente naquilo que o pastor/apóstolo diga

Amor - Atender o chamado do líder de louvor e dizer para a pessoa ao seu lado: "Eu te amo em Cristo Jesus"

Promessa - Carro, casa, dinheiro

Evangelismo - Mandar alguém ir à igreja

Adorar - Chorar durante horas cantando algum tipo de música lenta e repetitiva

Fidelidade - Qualidade mostrada no ato de dizimar/ofertar mensalmente

Levita - Pseudo-músico que se acha superior aos demais por cantar/tocar

Perdão - Ficar fora de comunhão durante um tempo variável de acordo com o pecado

Comunhão - Não ter ninguém te acusando ou falando a seu respeito

Profeta - Expert em leitura corporal e oratória

Deus - O cara responsável por abençoar quando mandado

Espírito Santo - Ser que faz as pessoas caírem e receberem novas unções

Jesus - Um cara que fez o oposto do que deve-se fazer

Inferno - Lugar para onde os que não tem salvação irão

Diabo - O culpado por tudo de ruim que aconteça

Esperança - Ser tão rico quando os apóstolos da TV

Salvação - Alcançada indo à igreja e sendo fiel (vide fidelidade)

Unção - Algo que se recebe para se sentir superior aos outros

Abençoado - Ser cabeça e não cauda

Pecado - Infração cometida contra a igreja e variável com a cartilha

Igreja - Templo luxuoso que exige fidelidade para sua manutenção

filado http://rapensando.blogspot.com/

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Livros infantis liberais causam polêmica na Suécia


Livros infantis liberais causam polêmica na Suécia

Duas editoras de livros infantis estão provocando um debate na Suécia com uma série de novas publicações que desafiam os conceitos tradicionais de família e os papéis normalmente atribuídos a meninos e meninas.

Nos livros, meninos usam sandálias cor-de-rosa, meninas querem ser bombeiros e cientistas quando crescerem, e papai não é necessariamente quem sai para trabalhar enquanto a mamãe fica em casa cuidando do jantar.

"Nosso objetivo é dar às crianças a liberdade de criar sua própria identidade, sem padrões pré-concebidos e sem preconceitos de sexo, raça e sexualidade", disse à BBC Brasil a escritora Karin Salmson, co-fundadora da editora Vilda.

Nestas novas coleções infantis, as crianças também podem ter dois pais ou duas mães - casais do mesmo sexo aparecem em vários livros -, ou ser filhos de mães solteiras.

“Famílias com pais gays, mães solteiras e crianças adotadas também são famílias normais. Temos várias assim na Suécia, mas esta realidade não está refletida nos livros infantis. Mostrá-las em histórias nas quais o enredo não é simplesmente sobre famílias gays ou mães solteiras demonstra que essas famílias existem, que são normais e que precisam ser aceitas”, enfatiza Karin Salmson, que acaba de lançar uma coleção de seis livros infantis.

Sapatos cor-de-rosa

No livro Magic, Cilla&Baby, de Eva Lundgren, o menino Kasper é ruim de bola e o garoto Olle gosta de maquiagem, enquanto a menina Inger é famosa por seus gols de placa no hóquei e a amiga Ellinor passa os dias tocando guitarra elétrica. Em Sandaler (Sandálias), o personagem Imannuel é um menino que adora seus sapatos cor-de-rosa.

”Queremos quebrar as regras rígidas que determinam o que um menino e uma menina devem ser ou fazer, e ampliar os horizontes da criança”, acrescenta a co-fundadora da editora Vilda, que é casada e tem três filhos.

A Vilda e outra editora menor, chamada Olika, foram lançadas no ano passado com a meta declarada de promover os valores liberais da Suécia entre a nova geração.

A filosofia das editoras reflete em grande parte as atitudes na Suécia, considerado um dos países mais avançados e liberais em questões de igualdade sexual e direitos de minorias. Mas alguns críticos estão questionando os métodos adotados pela Vilda e a Olika.

Um dos ilustradores da Olika, Per Gustavsson, criticou publicamente a solicitação da editora para mudar a cor da camiseta de uma menina, que na ilustração original era cor-de-rosa.

Valor literário

No jornal Svenska Dagbladet, a crítica literária Lena Kåreland reconheceu que as novas coleções infantis estão despertando interesse, e que livros que questionam os papéis atribuídos aos sexos exercem uma função importante. Mas ela adverte que a ânsia de fazer livros “politicamente corretos” não deve comprometer a qualidade literária.

“Simplesmente trocar os papéis e colocar os homens atrás do fogão e mulheres ao volante do carro não significa alcançar mudancas profundas. O risco de contar uma história de caráter moralizante é grande”, enfatizou Lena em sua coluna no jornal.

A crítica literária do jornal Dagens Nyheter foi mais ácida:

“Para estas editoras, os seus valores são sua prioridade principal, e na minha opinião esta é simplesmente uma abordagem errada para fazer bons livros infantis”, disse Lotta Olsson.

“Se o objetivo de uma história infantil é promover uma idéia e alterar as atitudes e o comportamento das crianças, os lados artístico e literário do livro tendem a sofrer”, acrescentou ela.

Para Karin Salmson e a co-fundadora da editora Olika, Marie Tomicic, as críticas demonstram um ”elitismo cultural” que não reflete a ampla aceitação que os livros estão obtendo entre os pais.

“Os críticos falam de qualidade literária como se qualidade fosse algo estático. Mas a qualidade pode ser alcançada de diversas maneiras. Queremos mostrar às crianças que o mundo pode ser muito maior do que elas pensavam”, diz Karin Salmson.

Fonte; bbcbrasil.com
Claudia Varejão Wallin
De Estocolmo para a BBC Brasil

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

BENÇÃO FRANCISCANA

Que Deus te abençoe com um desconforto inquietante sobre as respostas fáceis, as meias verdades e as relações superficiais, para que possas buscar a verdade corajosa e viver profundamente em teu coração.

Que Deus te abençoe com sagrada raiva à injustiça, à opressão e à exploração de pessoas para que possas trabalhar incansavelmente pela justiça, liberdade e paz entre todas as pessoas.

Que Deus te abençoe com o Dom de lágrimas para derramá-las com aqueles que sofrem de dor, rejeição, fome ou a perda de tudo aquilo que eles amam, para que possas estender a mão para lhes dar conforto e transformar a sua dor em alegria.

Que Deus te abençoe com a suficiente loucura para que creias que realmente podes fazer diferença neste mundo, para que possas com a graça de Deus, fazer aquilo que os demais insistem ser impossível.

E que a benção de Deus, Suprema Majestade e nosso Criador, Jesus Cristo a Palavra encarnada que é o nosso irmão e Redentor, e o Espírito Santo, o nosso Advogado e Guia, seja contigo e permaneça contigo e com todos, hoje e para sempre.

Amém.
filado do http://www.thecrequiem.blogspot.com/

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Eric Clapton, Na Presença do Senhor


Deus visitou o artista do blues durante sua juventude, seu período de conversão e sua recuperação.

Se testemunho e evidências significam algo, Eric Clapton está muito bem. Em fevereiro, ganhou seu 19º Grammy (por The Road to Escondido) e reuniu-se com Steve Winwood – antigo companheiro da banda Blind Faith – para três aclamados shows no Madson Square Garden. O governo norte-coreano convidou Clapton para tornar-se o primeiro músico do rock a tocar no último reduto do verdadeiro comunismo; porém, ele ainda não decidiu se aceitará o convite. Em 2007, Clapton completou uma turnê de 133 dias, organizou o segundo Crossroads Guitar Festival para levantar fundos em favor de seu centro de recuperação e esteve na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times com o livro Clapton: The Autobiography (Clapton: A Autobiografia). Clapton é casado com Melia McEnery Clapton há seis anos, com quem tem três meninas, que o amam acima de tudo, sem terem idéia do atribulado passado do pai.

Tudo parece ir muito bem para o homem que, em companhia de uma Gibson Les Paul, levou entusiastas da contracultura a declararem que “Clapton é Deus” nas paredes das estações de metrô; para aquele que foi “adotado” por Muddy Waters e comissionado a carregar o legado do blues. Mas sua caminhada foi bastante conturbada. Desde os nove anos, quando descobriu que nascera fora de um casamento e era filho de sua “titia” com um desconhecido soldado canadense, Clapton lutou para encontrar um lugar onde se sentisse seguro. Sentimentos de insegurança e isolamento visitaram-no durante toda sua vida, conduzindo-o à corajosa alienação do blues. Porém, há um lado espiritual em Clapton pouco conhecido, o qual quase sempre influenciou o que pensava e fazia, além do tipo de música que escrevia e tocava.

Clapton nunca se colocou como um modelo da fé cristã, e admite não ser um. Ele cresceu na cidade rural de Surrey, Inglaterra, onde freqüentava a congregação local da Igreja da Inglaterra e, em sua autobiografia, escreveu: “cresci com uma enorme curiosidade acerca dos assuntos espirituais, mas minha busca me levou para longe da igreja e da adoração comunitária, conduzindo-me à jornada interna”. A base de sua fé minimalista é refletida no hino favorito de sua juventude, “Jesus bids us shine" (Jesus nos convida a brilhar):

Like a little candle burning in the night;
In this world of darkness, we must shine,
You in your small corner, and I in mine.

Jesus nos convida a brilhar com uma pura e clara luz,
Como uma pequena vela acesa de noite;
Neste mundo de escuridão, nós devemos brilhar,
Você no seu cantinho e eu no meu.

Por John Powell
03 de agosto de 2008
Traduzido por Caio Zaleschi

Deus visitou o artista do blues durante sua juventude, seu período de conversão e sua recuperação.

Se testemunho e evidências significam algo, Eric Clapton está muito bem. Em fevereiro, ganhou seu 19º Grammy (por The Road to Escondido) e reuniu-se com Steve Winwood – antigo companheiro da banda Blind Faith – para três aclamados shows no Madson Square Garden. O governo norte-coreano convidou Clapton para tornar-se o primeiro músico do rock a tocar no último reduto do verdadeiro comunismo; porém, ele ainda não decidiu se aceitará o convite. Em 2007, Clapton completou uma turnê de 133 dias, organizou o segundo Crossroads Guitar Festival para levantar fundos em favor de seu centro de recuperação e esteve na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times com o livro Clapton: The Autobiography (Clapton: A Autobiografia). Clapton é casado com Melia McEnery Clapton há seis anos, com quem tem três meninas, que o amam acima de tudo, sem terem idéia do atribulado passado do pai.

Tudo parece ir muito bem para o homem que, em companhia de uma Gibson Les Paul, levou entusiastas da contracultura a declararem que “Clapton é Deus” nas paredes das estações de metrô; para aquele que foi “adotado” por Muddy Waters e comissionado a carregar o legado do blues. Mas sua caminhada foi bastante conturbada. Desde os nove anos, quando descobriu que nascera fora de um casamento e era filho de sua “titia” com um desconhecido soldado canadense, Clapton lutou para encontrar um lugar onde se sentisse seguro. Sentimentos de insegurança e isolamento visitaram-no durante toda sua vida, conduzindo-o à corajosa alienação do blues. Porém, há um lado espiritual em Clapton pouco conhecido, o qual quase sempre influenciou o que pensava e fazia, além do tipo de música que escrevia e tocava.

Clapton nunca se colocou como um modelo da fé cristã, e admite não ser um. Ele cresceu na cidade rural de Surrey, Inglaterra, onde freqüentava a congregação local da Igreja da Inglaterra e, em sua autobiografia, escreveu: “cresci com uma enorme curiosidade acerca dos assuntos espirituais, mas minha busca me levou para longe da igreja e da adoração comunitária, conduzindo-me à jornada interna”. A base de sua fé minimalista é refletida no hino favorito de sua juventude, “Jesus bids us shine" (Jesus nos convida a brilhar):


Jesus bids us shine with a clear, pure light,
Like a little candle burning in the night;
In this world of darkness, we must shine,
You in your small corner, and I in mine.

Jesus nos convida a brilhar com uma pura e clara luz,
Como uma pequena vela acesa de noite;
Neste mundo de escuridão, nós devemos brilhar,
Você no seu cantinho e eu no meu.


O reconhecimento implícito de que servimos a Deus individualmente – em nossos próprios “cantinhos” – fazia sentido no bairro proletário onde Clapton encontrou encorajamento espiritual.

No fim da década de 60, ele foi atraído ao genuíno entusiasmo de Delaney e Bonnie Bramlett, que abriram para o Blind Faith em sua turnê de 1969. A figura de Delaney, “de um pregador batista do sul norte-americano, que comunicava uma mensagem de fogo e enxofre... poderia ter sido irritante”, observou Clapton, “não fosse o fato de ser extremamente inspirador quando cantava”. Uma noite, Bramlett desafiou Clapton a começar a cantar: “Deus deu-lhe este dom, e caso você não o use, ele o tomará de volta”. Clapton, sempre inseguro quanto a ele mesmo, seguiu o conselho.

Alguns dias depois, dois cristãos vieram até o camarim de Clapton após um show - provavelmente por sua performance em “Presence of the Lord” (Presença do Senhor), a canção mais aplaudida da turnê do Blind Faith. Para eles, a música parecia como uma tentativa de resposta a 1 Samuel 6:20 – “Quem poderia estar em pé perante o Senhor, este Deus santo?”:


I have finally found a place to live
Just like I never could before
And I know I don't have much to give
But soon I'll open any door.
Everybody knows the secret,
Everybody knows the score.
I have finally found a place to live
In the presence of the Lord.

Eu finalmente encontrei um lugar para viver
Assim como eu nunca pude antes
E eu sei que não tenho muito a ofertar
Mas logo abrirei alguma porta.
Todos conhecem o segredo,
Todos conhecem o resultado.
Eu finalmente encontrei um lugar para viver
Na presença do Senhor.


Os dois cristãos pediram para que Clapton orasse com eles. Ao se ajoelharem, ele viu uma “luz ofuscante” e sentiu a presença de Deus. Seu testemunho foi franco e honesto; ele disse “a todos” que havia “nascido de novo em Cristo”. Porém, a natureza de sua fé foi modificada por um tipo de superstição que seria duvidosa sob a luz de qualquer teologia sistemática.

Conforme a fama de Clapton crescia, crescia também seu comportamento destrutivo. Um ano após sua conversão, ele tornou-se viciado em heroína, livrou-se dela, mas conheceu o alcoolismo, a promiscuidade sexual e uma série de relacionamentos fracassados. “Decisões erradas eram minha especialidade”, disse. Em 1987, ele chegou ao fundo do poço. Depois de uma recaída após um mês de reabilitação, ajoelhou-se e “rendeu-se” a Deus, dedicando sua sobriedade ao seu filho recém-nascido, Conor.

Quatro anos depois, quando Conor morreu em uma queda de uma janela, no 53º andar de um apartamento na Park Avenue em Nova York, Clapton admitiu: “Houve um momento em que perdi a fé”. Ainda assim, ele encontrou forças para sua apresentação na reunião dos Alcoólicos Anônimos que freqüentava cujo tema era: “oferecendo sua vontade em troca do cuidado de Deus”. Depois disso, uma mulher confessou que ele havia tirado dela sua “última desculpa” para beber, uma confirmação para Clapton de que “permanecer sóbrio e ajudar o próximo a atingir a sobriedade” é “a coisa mais importante” em sua vida.

Em sua autobiografia, Clapton conta detalhes acerca do início de sua vida de oração – aquele ponto crítico durante sua estadia no centro de recuperação em 1987.

“Eu estava desesperado”, escreveu. “Na privacidade de meu quarto, eu implorei por ajuda. Eu não sabia com quem acreditava estar falando, eu apenas sabia que precisava esgotar todos os recursos.... e, ajoelhando-me, me rendi. Em alguns anos, eu percebi que... havia encontrado um lugar para ir, um lugar que, como eu sabia, sempre esteve lá. Entretanto, eu nunca quis, ou precisei, acreditar nele”.
“Desde aquele dia até hoje, eu nunca deixei de orar pela manhã, de joelhos, pedindo ajuda, e a noite, para expressar gratidão por minha vida e, acima de tudo, por minha sobriedade. Eu escolho ajoelhar-me porque sinto que preciso ser humilde quando oro, e com meu ego, isso é o máximo que posso fazer. Se você me pergunta o porquê de eu fazer tudo isso, eu posso te dizer... porque funciona, simples assim”.

John Powell é professor adjunto de história na Universidade Batista do Oklahoma.

Fonte: Christianity Today

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Nigeriano que tem 86 mulheres


Um nigeriano de 84 anos, casado com 86 mulheres - com as quais tem mais de 170 filhos – aconselha outros a não seguir seu exemplo, afirmando que ele só consegue lidar com seu dia-a-dia com a ajuda de Deus.
Um homem com dez mulheres iria entrar em colapso e morrer, mas meus poderes são dados por Alá. É por isso que consigo controlar as 86 mulheres”, disse ele à BBC.

Mohammed Bello Abubakar, ex-professor e pregador muçulmano, afirma que suas mulheres o procuraram por conta de sua reputação de curandeiro.

“Eu não saio por aí procurando por elas, elas vêm a mim. Eu sigo o pedido de Deus, e me caso com elas.”

Mas as autoridades islâmicas na Nigéria não aceitam as alegações e vêem a grande família como um culto.

A maioria das autoridades islâmicas concorda que um homem pode ter até quatro mulheres, desde que demonstre ter condições de dar o mesmo tratamento a todas elas, mas Bello Abubakar afirma que o Alcorão não prevê nenhuma punição para quem tem um número maior de mulheres.

“Deus não disse qual deveria ser a punição para um homem com mais de quatro mulheres, mas ele foi específico sobre punições para fornicação e adultério.”

“Baba”, como ele é conhecido, é elogiado por suas mulheres e filhos. Muitas das mulheres acreditam que ele tem poder de cura e é o próximo na linha de sucessão do profeta Mohammed.

A maioria de suas mulheres tem menos do que um quarto da idade dele – e muitas são mais novas que alguns dos filhos de Abubakar. Algumas delas disseram à BBC ter conhecido o marido quando foram procurar ajuda para doenças.

“Assim que o conheci minha dor de cabeça passou”, disse Sharifat Bello Abubakar, que na época tinha 25 anos e o marido, 74.

“Deus me disse que era hora de ser sua mulher. Louvado seja Deus. Agora eu sou sua mulher.”

Ganiat Mohammed Bello, que está casada com Abubakar, há 20 anos, diz: “Sou a mulher mais feliz na face da Terra. Quando você se casa com um homem que tem 86 mulheres, você sabe que ele sabe como cuidar delas.”

Mas nem Abubakar, nem suas mulheres trabalham, e ninguém sabe como ele sustenta tamanha família, já que ele se recusa a dizer de onde tira dinheiro para arcar com a alimentação e vestuário de tanta gente.

Por dia, a família gasta cerca de US$ 850 apenas nas refeições. “Vem tudo de Deus”, diz ele.

Os moradores do vilarejo de Bida, onde eles moram, não sabem como a família se sustenta, e segundo uma de suas mulheres, Abubakar às vezes pede a seus filhos que saiam às ruas para mendigar, mas mesmo isso não seria suficiente.

A maioria de suas mulheres mora em uma casa mínima e não terminada em Bida; outras moram na casa dele em Lagos, a capital comercial da Nigéria.

Ele se recusa a permitir que sua família ou seus devotos tomem remédios e diz que não acredita que a malária exista.

“Se você sentar aqui e tiver qualquer doença, eu posso vê-la e removê-la”, disse ele.

Mas nem todos podem ser curados e uma de suas mulheres, Hafsat Bello Mohammed, conta que dois de seus filhos morreram.

“Eles estavam doentes e nós falamos com Deus. E Deus disse que a hora deles tinha chegado.”

Abubakar alega que o profeta Mohammed fala com ele pessoalmente e descreve detalhadamente suas experiências. Esta é uma alegação séria para um muçulmano.

“Isto é heresia, ele é um herege”, afirma Ustaz Abubakar Siddique, imã na Mesquita Central de Abuja.

fonte www.bbcbrasil.com

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Confissões de um ex-dependente de igreja

Outro dia um pastor observou que eu deveria confessar ao leitor impenitente da Bacia, que não tem como concluir isso lendo apenas o que escrevo, que não vou à igreja faz mais de dez anos. Ele dava a entender que essa confissão provocaria uma queda sensível na minha popularidade; percebi imediatamente que ele estava certo, e que mais cedo ou mais tarde teria, para podar os galhos da celebridade (porque a fama é uma espécie de compreensão), deixar de contornar indefinidamente o assunto.

Quanto mais penso na questão, no entanto, mais chego à conclusão que o que tenho de confessar é o contrário, e ao resto do mundo, não aos amigos que convivem com desenvoltura entre termos como gazofilácio, genuflexão, glossolalia e graça irresistível. Devo explicações à gente comum que vê o domingo, incrivelmente, como dia de descanso – dia de ir à praia, de andar de bicicleta no parque, de abraçar os amigos ao redor de um churrasco, de correr atrás de uma bola ou de encontrar a paz diante de uma lata de cerveja e uma tela radiante.

Preciso confessar que durante trinta anos fui consumidor de igreja. Durante trinta anos fui dependente de igreja e trafiquei na sua produção.

Devo confessar o mais grave, que durante esses anos abracei a crença (em nenhum momento abalizada pela Escritura ou pelo bom senso) que identificava a qualidade da minha fé com minha participação nas atividades – ao mesmo tempo inofensivas, bem-intencionadas e auto-centradas – de determinada agremiação. Em retrospecto continuo crendo em mais ou menos tudo que cria naquela época, porém essa crença confortante e peculiar (espiritualidade = participação na igreja institucional) fui obrigado contra a vontade, contra minha inclinação e contra a força do hábito, a abandonar.

Preciso deixar claro que não guardo daqueles anos qualquer rancor; de fato não trago deles nenhuma recordação que não esteja envolta em mantos de nostalgia e carinho. Ao contrário de alguns, não sinto de forma alguma ter sido abusado pela igreja institucional; sinto, ao invés disso, como se tivesse sido eu a abusar dela. Minha impressão clara não é ter sido prejudicado pela igreja, mas de tê-la usado de forma contínua e consistente para satisfazer meus próprios apetites – apetites por segurança, atenção, glória, entretenimento, aceitação.

Se hoje encaro aqueles dias como uma forma de dependência é porque acabei aceitando o fato de que a igreja como é experimentada – o conjunto de coisas, lugares, atividades e expectativas para as quais reservamos o nome genérico de igreja – representam um sistema de consumo como qualquer outro. As pessoas consomem igreja não apenas da forma que um dependente consome cocaína, mas da forma que adolescentes consomem telefones celulares e celebridades consomem atenção – isto é, com candura, com avidez, mas muitas vezes para o seu próprio prejuízo.

Todo sistema de consumo confere alguma legitimação, isto é fornece ao consumidor pequenas seguranças e pequenas premiações que fazem com que ele se sinta bem, sinta-se uma pessoa melhor (ou em condições privilegiadas) por estar desfrutando de um produto ou serviço de que – e isto é importante na lógica da interna coisa – não são todos que desfrutam.

As igrejas institucionais, por mais bem-intencionadas que sejam (e, creia-me, há muito mais gente bem-intencionada envolvida na criação e na sustentação delas do que seria de se supor) funcionam precisamente dessa maneira. Não é a toa que tanto a palavra quanto o conceito propaganda nasceram, historicamente falando, nos salões eclesiásticos. Se hoje há shopping centers e roupas de marca é porque a igreja inventou o conceito de propaganda e de consumo de massa. Foi a igreja a primeira a vender a idéia de que vestir determinada camisa e ser visto em determinada companhia demonstram eficazmente o seu valor como pessoa; foi a primeira a promover a noção simples (mas cujo tremendo poder as corporações acabaram descobrindo) de que o que você consome mostra que tipo de pessoa você é.

As pessoas que consomem igreja não têm em geral qualquer consciência de que estão se dobrando a um sistema de consumo, mas as evidências estão ali para quem quiser ver. A igreja não é um lugar a que se vai ou um grupo de pessoas que se abraça, mas uma marca que se veste, um produto que se consome continuamente. Tudo de bom que costumamos dizer sobre a igreja reflete, secretamente, essa nossa obsessão com o consumo – “o louvor foi uma benção”, “o sermão foi profundo”, “o coro cantou com perfeição”, “a palavra atingiu os corações”, “Deus falou comigo”. Em outra palavras, tudo que temos a dizer sobre a experiência da igreja são slogans. Na qualidade de consumidores, o que fazemos é retroalimentar nossa dependência, promovendo continuamente nosso produto na esperança de angariar mais consumidores e portanto mais legitimação.

O curioso, o verdadeiramente paradoxal, é que nada nesse sistema circular de consumo (ou em qualquer outro) tem qualquer relação com espiritualidade, com fé ou com a herança de Jesus. Ao contrário, sabemos ao certo que Jesus e os apóstolos bateram-se até a morte no esforço de demolir a tendência muito humana de encarcerar (isto é, satisfazer) os anseios emocionais e espirituais das pessoas em sistemas de consumo e legitimação (isto é, sistemas de controle).

O russo Leo Tolstoi acreditava que, diante da suprema singeleza do ensino de Jesus, levantar (e em seu nome!) uma máquina implacável e arbitrária como a igreja equivalia a restaurar o inferno depois que Jesus tornou o inferno obsoleto. De minha parte, vejo a igreja institucional como um refúgio construído por mãos humanas para nos proteger das terríveis liberdades e responsalidades dadas por Deus a cada mortal e que Jesus desempenhou de modo tão espetacular. Por outro lado, talvez esse refúgio seja ele mesmo o inferno.

No fim das contas você não encontrará na igreja nada que não seja inteiramente atraente e desejável, e aqui está grande parte do problema. Vá a um templo evangélico no domingo de manhã e o que vai encontrar é gente amável, respeitável, ordeira, de banho tomado, sorridente, perfumada e usando suas melhores roupas – e é preciso reconhecer que há um público para esse tipo irresistível de companhia. O bom-mocismo reinante é tamanho, na verdade, que não resta praticamente coisa alguma do escândalo inicial do evangelho. Enquanto descansamos nesse abraço comum a verdadeira igreja, onde estiver (e talvez exista apenas no futuro), estará por certo mais próxima do dono do bar, da vendedora de jogo do bicho, do travesti exausto da esquina, do divorciado com seu laptop, dos velhinhos que babam em desamparo e das crianças que alguém deixou para trás. Certamente não usará gravata e não terá orçamento anual nem endereço fixo.

Portanto nada tenho contra aquilo que a igreja diz, que é em muitos sentidos bom e justo, mas não tenho como continuar endossando aquilo que a igreja dá a entender – sua mensagem subliminar, por assim dizer, mas que fala muitas vezes mais alto do que qualquer outra voz. Com o discurso eclesiástico oficial eu poderia conviver indefinidamente (como de fato já fiz), mas seu meio é na verdade sua mensagem, e frequentar uma igreja é dar a entender:

1. Que aquela facção da igreja é de algum modo mais notável, e portanto mais legítima, do que todas as outras;
2. Que o modo genuíno de se exercer o cristianismo é estar presente nas reuniões regulares e demais atividades de determinada agremiação, ou seja, que a devoção é uma espécie de prêmio de assiduidade;
3. Que o conteúdo da crença é mais importante do que o desafio da fé;
4. Que o caminho do afastamento do mundo, segundo o exemplo de João Batista, é mais digno de imitação do que o caminho do envolvimento com o mundo, segundo a vida de Jesus;
5. Que o modo de vida baseado na busca circular pela legitimação é mais respeitável do que o das pessoas que conseguem viver sem recorrer a esses refrigérios;
6. Que o modo adequado de honrar a herança de Jesus é dançar em celebração ao redor do seu nome, ignorando em grande parte o que ele fez e diz.

Está confirmada, portanto, a ambivalência da minha posição em relação à igreja institucional. Por um lado, sinto falta dos seus confortos; por esse mesmo lado, respeito a inegável riqueza de sua herança cultural, que não gostaria de ver de modo algum apagada. Por outro lado, ressinto-me de que o nome singular de Jesus permaneça associado a um monstro burocrático no que tem de mais inofensivo e opressor no que tem de mais perverso, quando sua vida foi a de um matador de dragões dessa precisa natureza. Dito de outra forma, não tenho como condenar a permanência de alguma manifestação da igreja, mas não tenho como justificá-lo se você faz parte de uma.

Em janeiro de 1996 Walter Isaacson perguntou a Bill Gates a sua posição sobre espiritualidade e religião. Sua resposta entrará para os anais da infâmia – e não a dele. “Só em termos de alocação de recursos, a religião já não é coisa muito eficiente. Há muita coisa que eu poderia estar fazendo domingo de manhã”. Em resumo, o que dois mil anos de cristianismo institucional ensinaram ao homem mais antenado da terra é que religião é o que os cristãos fazem no domingo de manhã.

Só não ouse criticar o cara por sua visão rasa de espiritualidade. Fomos nós que demos essa impressão a ele, e só a nós cabe encontrar maneiras de provar que ele está errado.

Invente uma.

Paulo Bravo na www.baciadasalmas.com