domingo, 20 de abril de 2008
Procon nos videntes
Um grupo de médiuns e videntes da Grã-Bretanha vai realizar um protesto contra uma nova lei de proteção do consumidor que deve facilitar os processos em casos de clientes insatisfeitos com seus serviços.
Segundo Naomi Grimley, correspondente da BBC, como alguns destes videntes cobram pelas consultas, a nova lei passará a classificá-los como "comerciantes".
As novas regras da União Européia têm o objetivo de proteger todos que forem enganados por comerciantes, não importando qual a mercadoria que está sendo vendida. As mudanças serão colocadas em prática a partir de maio.
Alguns médiuns já começaram a divulgar, em suas propagandas, alertas em que se eximem de responsabilidades, como por exemplo: "isso é apenas uma experiência, os resultados podem não ser garantidos".
O grupo também vai entregar uma petição com 5 mil nomes ao gabinete do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
Processos
Carole McEntee Taylor, uma das fundadoras da Associação dos Trabalhadores Espirituais da Grã-Bretanha, teme que clientes insatisfeitos possam entrar com processos, caso os resultados não sejam os esperados.
Para Taylor, o que videntes e médiuns praticam é espiritualismo, uma religião, e, assim como todas as outras religiões, suas práticas não deveriam exigir provas.
"Ao colocar nossa religião sob a lei de proteção do consumidor, estamos sendo discriminados, pois estão nos dizendo no que podemos acreditar", afirmou.
"Nenhuma outra religião é forçada a provar suas crenças, e as pessoas também não são obrigadas a ir a um médium, assim como não são obrigadas a ir a uma igreja", acrescentou.
Para Taylor, a nova lei não protegerá o público porque existem outras formas de atingir esse objetivo.
"É preciso educar o público a respeito de espiritualismo, a filosofia", afirma. "Se eles forem educados sobre esta filosofia, não serão enganados por pessoas que fazem alegações ridículas, pessoas que falam 'se você me der tanto em dinheiro, poderei consertar'."
O Office of Fair Trading, órgão do governo britânico de proteção ao consumidor, afirma que não está interessado em entrar com processos contra a grande maioria dos médiuns.
A entidade informou que pretende ir atrás apenas dos mais óbvios "comerciantes desonestos".
Tomara que a coisa pegue e venha para o Brasil
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