Lula escolheu para fechar o ano a sua máscara preferida: a de vítima.
Voltou a repetir no Recife, durante a inauguração, ontem, de um parque, que seus críticos torcem para a crise financeira "arrebentar o Brasil". Só assim ele perderia popularidade.
- Tem gente torcendo para a crise arrebentar o Brasil. Tem gente dizendo: "Ah, agora a crise vai pegar o Lula. Agora é que nós vamos ver. Queremos ver se ele vai continuar bom na pesquisa. Queremos ver porque agora ele vai se lascar. É assim que falam.
Os empresários torcem para que a crise arrebente o Brasil - e por extensão os seus negócios? Não são suicidas.
Boa parte dos políticos de oposição é formada por empresários. A parte que não é quer sobreviver como todo mundo. Torce contra a crise e não a favor dela.
A mídia torce pela crise? Ela já está sendo vítima dela. Caiu o volume de anúncios em todos os meios de comunicação. Alguns jornais começaram a demitir.
Jornalista torce pela crise? Para quê? Para perder o emprego?
Interessa aos governadores José Serra e Aécio Neves, ambos aspirantes à vaga de Lula, que a crise desacelere o crescimento do país que pretendem herdar?
Para eles o ideal seria receber uma economia nos trinques. E governar em paz pelos próximos dois anos.
A condição de ex-retirante da seca ajudou Lula politicamente.
A de ex-metalúrgico que perdeu um dedo na prensa, também.
A de quem não estudou, mas mesmo assim chegou à presidência da República - essa nem se fala.
Diante de uma dificuldade maior, Lula veste a máscara de vítima - e desfila com ela por aí.
Foi assim quando vários escândalos ameaçaram seu governo. Ele acusou as elites de desejarem derrubá-lo - mas por que?
Elas jamais lucraram tanto antes. Se dependesse delas, Lula teria um terceiro e até um quarto mandato consecutivos.
A crise pode atrapalhar o plano de Lula de fazer o seu sucessor. Pode até mesmo arranhar sua popularidade.
É por causa disso que ele tenta jogar no colo dos adversários parte da responsabilidade pelos estragos que a crise venha a causar. Quer tirar vantagem da crise.
Esse tipo de comportamento da parte dele tem dado certo até aqui.
Entre nós, Lula é disparado o mais talentoso gigolô da ignorância alheia
Ricardo Noblat
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
Jesus, filho de Virgen María e carpinteiro, nasce no Peru
Uma mulher peruana chamada Virgen María, casada com um carpinteiro, deu o nome de Jesús Emanuel a seu filho, nascido no dia de Natal.
O parto não estava previsto para esta data, de acordo com o Instituto Nacional Materno Perinatal, na capital, Lima. Mas Virgen María Huarcaya Palonimo, de 20 anos de idade, começou a sentir dores e teve que ser submetida a uma operação cesariana.
Seu marido, que tem a mesma profissão de São José, chama-se Adolfo Jorge Huamán, e tem 24 anos.
O bebê nasceu às 2h22, horário local (5h20, hora de Brasília), no dia 25 de dezembro. Ele pesa 3,32 quilos e tem 49 centímetros de comprimento.
O pai de Jesús Emanuel disse que tinha planos de dar ao filho o nome de um jogador de futebol, mas mudou de idéia quando o nascimento ocorreu no Natal.
Já Virgen María, admitiu que nunca gostou muito de seu próprio nome, pois era alvo de brincadeiras na escola.
Agora o filho dela virou uma celebridade. O prefeito de Lima, Luis Castañeda Lossio, aceitou um convite do casal para ser padrinho da criança e fez uma visita ao hospital onde ela nasceu.
Para madrinha, Virgen María e seu marido escolheram uma apresentadora da TV peruana.
Fonte Folhaonline
O parto não estava previsto para esta data, de acordo com o Instituto Nacional Materno Perinatal, na capital, Lima. Mas Virgen María Huarcaya Palonimo, de 20 anos de idade, começou a sentir dores e teve que ser submetida a uma operação cesariana.
Seu marido, que tem a mesma profissão de São José, chama-se Adolfo Jorge Huamán, e tem 24 anos.
O bebê nasceu às 2h22, horário local (5h20, hora de Brasília), no dia 25 de dezembro. Ele pesa 3,32 quilos e tem 49 centímetros de comprimento.
O pai de Jesús Emanuel disse que tinha planos de dar ao filho o nome de um jogador de futebol, mas mudou de idéia quando o nascimento ocorreu no Natal.
Já Virgen María, admitiu que nunca gostou muito de seu próprio nome, pois era alvo de brincadeiras na escola.
Agora o filho dela virou uma celebridade. O prefeito de Lima, Luis Castañeda Lossio, aceitou um convite do casal para ser padrinho da criança e fez uma visita ao hospital onde ela nasceu.
Para madrinha, Virgen María e seu marido escolheram uma apresentadora da TV peruana.
Fonte Folhaonline
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Padre irrita ao dizer a verdade
Itália: padre irrita pais ao dizer que Noel não existe
O padre Dino Bottino, da paróquia da Igreja do Sagrado Coração, em Novara, no norte da Itália, nunca podia imaginar a revolta que iria criar quando disse às crianças que nem o Papai Noel, e nem a bruxa boa chamada Befana, que traz presentes no ano-novo às crianças italianas, existem de verdade.
Bottino contou o segredo para as crianças durante uma missa em meados deste mês.
Dezenas de pais reclamaram. "Você estragou o Natal dos meus filhos", disse uma mãe revoltada. Um jornal local publicou as queixas dos pais.
Mas o padre Bottino não se abalou. "Eu disse às crianças que o Papai Noel era uma invenção que não tinha nada a ver com a estória do Natal cristão. E eu repetiria isso de novo, se tivesse chance!", afirmou o prelado.
Bottino disse que nunca teve a intenção de magoar ninguém, mas tem o dever de distiguir a realidade de Jesus da estória do Papai Noel, que é uma fábula como Cinderela e Branca de Neve.
Fonte : Terra
BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.
O padre Dino Bottino, da paróquia da Igreja do Sagrado Coração, em Novara, no norte da Itália, nunca podia imaginar a revolta que iria criar quando disse às crianças que nem o Papai Noel, e nem a bruxa boa chamada Befana, que traz presentes no ano-novo às crianças italianas, existem de verdade.
Bottino contou o segredo para as crianças durante uma missa em meados deste mês.
Dezenas de pais reclamaram. "Você estragou o Natal dos meus filhos", disse uma mãe revoltada. Um jornal local publicou as queixas dos pais.
Mas o padre Bottino não se abalou. "Eu disse às crianças que o Papai Noel era uma invenção que não tinha nada a ver com a estória do Natal cristão. E eu repetiria isso de novo, se tivesse chance!", afirmou o prelado.
Bottino disse que nunca teve a intenção de magoar ninguém, mas tem o dever de distiguir a realidade de Jesus da estória do Papai Noel, que é uma fábula como Cinderela e Branca de Neve.
Fonte : Terra
BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
A vontade de Deus
“ Como posso conhecer a vontade de Deus? Mesmo onde não há uma exigência mais explícita em relação à minha obediência, como seria no caso de uma ordem ou de um mandamento legítimos, a própria natureza de cada situação geralmente traz consigo alguma indicação da vontade de Deus. Pois tudo que é exigido pela verdade, pela justiça, pela misericórdia, ou pelo amor, deverá certamente ser tido como vontade de Deus.”
Thomas Merton.
Via Reflexões de Thomas Merton
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Paciência - Lenine
A vida não para, A vida tão rara, Eu finjo ter paciência
Tenho que aprender muito ainda
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Intolerância religiosa
Moradores acusam síndico de prédio no Rio de denegrir imagem de santa
O síndico de um prédio em Vila Isabel (zona norte do Rio) foi autuado por intolerância religiosa por supostamente jogar fora e denegrir uma imagem de Nossa Senhora da Guia. Segundo moradores do prédio, o síndico, que é evangélico, comparou a imagem a um poste. Ele nega e diz que vai processar os vizinhos.
O caso é inédito no Rio, segundo a comissão de Intolerância Religiosa da Polícia Civil do Rio, que investiga o suposto crime. A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) informou que acompanha as investigações.
Segundo registro da Polícia Civil, Marcus Valério da Fonseca, síndico do prédio 134 da rua Luis Barbosa, em Vila Isabel, retirou uma imagem de Nossa Senhora da Guia que estava no edifício desde 1997 para obras em novembro. Na semana passada, ao ser questionado sobre o destino da imagem, disse que não a recolocaria no prédio, de acordo com o relato dos moradores.
Segundo o técnico dos Correios Sérgio Vianna, um dos moradores que fizeram a queixa à polícia, Fonseca comparou a imagem a um poste. "Conversando com a minha mulher, ele [síndico] disse que a imagem [da santa] e um poste para ele era a mesma coisa, e repetiu isso em uma reunião. Tenho testemunhas", disse.
O síndico afirmou que "em momento nenhum" comparou a santa a um poste e ainda que, quando a imagem foi retirada para as obras, estava viajando a trabalho. Ele contou ainda que se sente perseguido pelos moradores por não ser católico. "Eu nunca falei isso e também não tirei a santa, quem fez isso foi uma pessoa que inclusive é católica, para fazer obras. Mas [a imagem] não foi tirada a revelia".
Marcus Valério da Fonseca disse que entrará na Justiça com uma queixa-crime contra vizinhos por calúnia e danos morais. "Quem se sente agredido sou eu".
Em depoimento à 20ª Delegacia de Polícia (Vila Isabel), os moradores afirmaram ainda que ele havia jogado fora a imagem. Na segunda-feira (8), porém, a estátua da santa foi encontrada embrulhada em jornal no apartamento do zelador do prédio. A imagem ainda não foi recolocada, segundo os moradores.
Se for provado que o síndico denegriu a imagem da santa, ele poderá pegar de um a três anos de prisão, segundo o delegado Henrique Pessoa, representante da Polícia Civil do Rio para casos de intolerância religiosa. Pessoa disse que este, se confirmado, este será o primeiro caso de intolerância religiosa entre evangélicos e católicos registrado pela Polícia Civil do Rio.
"O que já registramos são casos de intolerância de evangélicos pentecostais a religiões de matriz africana", afirmou.
A CNBB informou nesta terça-feira que está acompanhando as investigações da Polícia Civil.
LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio
O síndico de um prédio em Vila Isabel (zona norte do Rio) foi autuado por intolerância religiosa por supostamente jogar fora e denegrir uma imagem de Nossa Senhora da Guia. Segundo moradores do prédio, o síndico, que é evangélico, comparou a imagem a um poste. Ele nega e diz que vai processar os vizinhos.
O caso é inédito no Rio, segundo a comissão de Intolerância Religiosa da Polícia Civil do Rio, que investiga o suposto crime. A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) informou que acompanha as investigações.
Segundo registro da Polícia Civil, Marcus Valério da Fonseca, síndico do prédio 134 da rua Luis Barbosa, em Vila Isabel, retirou uma imagem de Nossa Senhora da Guia que estava no edifício desde 1997 para obras em novembro. Na semana passada, ao ser questionado sobre o destino da imagem, disse que não a recolocaria no prédio, de acordo com o relato dos moradores.
Segundo o técnico dos Correios Sérgio Vianna, um dos moradores que fizeram a queixa à polícia, Fonseca comparou a imagem a um poste. "Conversando com a minha mulher, ele [síndico] disse que a imagem [da santa] e um poste para ele era a mesma coisa, e repetiu isso em uma reunião. Tenho testemunhas", disse.
O síndico afirmou que "em momento nenhum" comparou a santa a um poste e ainda que, quando a imagem foi retirada para as obras, estava viajando a trabalho. Ele contou ainda que se sente perseguido pelos moradores por não ser católico. "Eu nunca falei isso e também não tirei a santa, quem fez isso foi uma pessoa que inclusive é católica, para fazer obras. Mas [a imagem] não foi tirada a revelia".
Marcus Valério da Fonseca disse que entrará na Justiça com uma queixa-crime contra vizinhos por calúnia e danos morais. "Quem se sente agredido sou eu".
Em depoimento à 20ª Delegacia de Polícia (Vila Isabel), os moradores afirmaram ainda que ele havia jogado fora a imagem. Na segunda-feira (8), porém, a estátua da santa foi encontrada embrulhada em jornal no apartamento do zelador do prédio. A imagem ainda não foi recolocada, segundo os moradores.
Se for provado que o síndico denegriu a imagem da santa, ele poderá pegar de um a três anos de prisão, segundo o delegado Henrique Pessoa, representante da Polícia Civil do Rio para casos de intolerância religiosa. Pessoa disse que este, se confirmado, este será o primeiro caso de intolerância religiosa entre evangélicos e católicos registrado pela Polícia Civil do Rio.
"O que já registramos são casos de intolerância de evangélicos pentecostais a religiões de matriz africana", afirmou.
A CNBB informou nesta terça-feira que está acompanhando as investigações da Polícia Civil.
LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio
Padre sai em disparada
Padre maratonista persegue ladrão e recupera dinheiro da igreja
Um padre de Washington saiu em disparada pelas ruas pouco antes de sua missa para recuperar dinheiro que havia sido levado do cofre da igreja.
Era domingo de manhã, e o padre Bill Hegedusich "abandonou" os fiéis da igreja St. Peter e saiu atrás do ladrão que havia levado dois sacos de dinheiro, num total de US$ 125.
Bill, de 48 anos, é maratonista e não pensou duas vezes: saiu correndo atrás do ladrão, gritando para que ele devolvesse o dinheiro. O bandido abandonou um dos sacos e continuou correndo.
O padre diz que conseguiu recuperar cerca de US$ 60, mas o homem não foi preso.
Bill diz que é "decepcionante" que alguém pense em roubar dinheiro que seria destinado aos pobres. Minutos depois do ocorrido, ele rezou a missa da manhã de domingo.
Fonte: G1
Um padre de Washington saiu em disparada pelas ruas pouco antes de sua missa para recuperar dinheiro que havia sido levado do cofre da igreja.
Era domingo de manhã, e o padre Bill Hegedusich "abandonou" os fiéis da igreja St. Peter e saiu atrás do ladrão que havia levado dois sacos de dinheiro, num total de US$ 125.
Bill, de 48 anos, é maratonista e não pensou duas vezes: saiu correndo atrás do ladrão, gritando para que ele devolvesse o dinheiro. O bandido abandonou um dos sacos e continuou correndo.
O padre diz que conseguiu recuperar cerca de US$ 60, mas o homem não foi preso.
Bill diz que é "decepcionante" que alguém pense em roubar dinheiro que seria destinado aos pobres. Minutos depois do ocorrido, ele rezou a missa da manhã de domingo.
Fonte: G1
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Porque – e ignoro quantas vezes terei de voltar
Porque – e ignoro quantas vezes terei de voltar a este ponto – quando fala do homem Gênesis está falando de Deus. O homem é sua imagem e projeção.
Uma das coisas que diferencia a narrativa primordial de Gênesis de outros mitos da criação é o quanto a versão bíblica desmistifica a natureza. A natureza, segundo Gênesis, é morta e artificialmente animada; nada há de espiritual nela. Não há ninfas ou espíritos da floresta: a vegetação é mera comida, armazém onipresente para consumo de animais e pessoas. Os animais têm vida mas não têm alma nem futuro nem lugar de descanso; não há elfos que os protejam, não há curupiras que os representem.
O sol não é ainda nosso irmão nem a lua nossa irmã, como mais tarde revelaria Francisco; os astros são equipamentos, utilitários: literalmente, “luminárias”. A terra não é de forma alguma nossa Mãe, mas duro receptáculo e prosaica matéria-prima.
Para o autor de Gênesis, o mundo natural é inteiramente desprovido de misticismo; sua cosmovisão é científica (para usar um termo anacrônico mas estranhamente preciso) em sua rigorosa ausência de deslumbramento.
Deus, propõe esta história, está incrivelmente ausente da natureza. O mundo natural é mero resultado da industriosa mão-de-obra divina: a natureza é sua confecção, sua criação – algo que ele fez, não algo que faça parte da sua essência ou com o que ele se digne a se identificar.
Pois desde o primeiro momento Deus não será com exclusividade o deus do trovão, o deus do Sol, o deus da colheita, o deus da fertilidade, o deus das florestas, o deus dos rios, o deus das tempestades, o deus do mar; não será o deus das moscas, dos sapos, dos chacais, o deus com cabeça de leão ou de cordeiro. Embora alegue ser criador dessas coisas, estando portanto indelevelmente associado a todas, ele se recusará terminantemente a identificar-se com qualquer uma.
A narrativa é assim, evidentemente, para que na história Deus esteja sozinho.
Neste universo Deus não tem companhia, não tem conselheiros e não tem patrocinadores. É um self-made man, e como não há qualquer recurso espiritual na natureza, ele dependerá de seus próprios recursos para resolver qualquer problema que surgir a partir da sua criação – isto é, a partir daquilo que ele fez. Deus é, precisamente como Adão, senhor do seu mundo, inteiramente viril e engenhoso e independente e livre; como o homem adulto, é plenamente capaz e empreendedor, pronto para responder pelas consequências dos seus atos.
A moral e a reviravolta da história está em que o homem é a única projeção de Deus, a única ferramenta que ele usa para falar de si mesmo. Pois embora se recuse terminantemente a identificar-se com lugares, animais ou forças da natureza, ele se identificará desde o começo, descaradamente e para sempre com o ser humano.
Paulo Brabo
Uma das coisas que diferencia a narrativa primordial de Gênesis de outros mitos da criação é o quanto a versão bíblica desmistifica a natureza. A natureza, segundo Gênesis, é morta e artificialmente animada; nada há de espiritual nela. Não há ninfas ou espíritos da floresta: a vegetação é mera comida, armazém onipresente para consumo de animais e pessoas. Os animais têm vida mas não têm alma nem futuro nem lugar de descanso; não há elfos que os protejam, não há curupiras que os representem.
O sol não é ainda nosso irmão nem a lua nossa irmã, como mais tarde revelaria Francisco; os astros são equipamentos, utilitários: literalmente, “luminárias”. A terra não é de forma alguma nossa Mãe, mas duro receptáculo e prosaica matéria-prima.
Para o autor de Gênesis, o mundo natural é inteiramente desprovido de misticismo; sua cosmovisão é científica (para usar um termo anacrônico mas estranhamente preciso) em sua rigorosa ausência de deslumbramento.
Deus, propõe esta história, está incrivelmente ausente da natureza. O mundo natural é mero resultado da industriosa mão-de-obra divina: a natureza é sua confecção, sua criação – algo que ele fez, não algo que faça parte da sua essência ou com o que ele se digne a se identificar.
Pois desde o primeiro momento Deus não será com exclusividade o deus do trovão, o deus do Sol, o deus da colheita, o deus da fertilidade, o deus das florestas, o deus dos rios, o deus das tempestades, o deus do mar; não será o deus das moscas, dos sapos, dos chacais, o deus com cabeça de leão ou de cordeiro. Embora alegue ser criador dessas coisas, estando portanto indelevelmente associado a todas, ele se recusará terminantemente a identificar-se com qualquer uma.
A narrativa é assim, evidentemente, para que na história Deus esteja sozinho.
Neste universo Deus não tem companhia, não tem conselheiros e não tem patrocinadores. É um self-made man, e como não há qualquer recurso espiritual na natureza, ele dependerá de seus próprios recursos para resolver qualquer problema que surgir a partir da sua criação – isto é, a partir daquilo que ele fez. Deus é, precisamente como Adão, senhor do seu mundo, inteiramente viril e engenhoso e independente e livre; como o homem adulto, é plenamente capaz e empreendedor, pronto para responder pelas consequências dos seus atos.
A moral e a reviravolta da história está em que o homem é a única projeção de Deus, a única ferramenta que ele usa para falar de si mesmo. Pois embora se recuse terminantemente a identificar-se com lugares, animais ou forças da natureza, ele se identificará desde o começo, descaradamente e para sempre com o ser humano.
Paulo Brabo
Felicidade pode ser 'contagiosa', aponta estudo
Um estudo publicado na revista científica British Medical Journal aponta que a felicidade de uma pessoa não é só uma escolha ou experiência individual, mas que está ligada “à felicidade dos indivíduos aos quais a pessoa está conectada, direta ou indiretamente”.
Usando análises estatísticas, os pesquisadores Nicholas Christakis, da Escola de Medicina de Harvard, e James Fowler, da Universidade da Califórnia, mediram como as redes sociais estão relacionadas com a sensação de felicidade de uma pessoa.
Segundo os dados do estudo, a felicidade de uma pessoa pode “contagiar” aqueles com quem ela se relaciona.
“Mudanças na felicidade individual podem se propagar em ondas de felicidade pela rede social e gerar grupos de felicidade e infelicidade”, diz o estudo.
E mais, não são apenas os laços sociais mais imediatos que têm impacto nestes níveis de felicidade, o sentimento consegue atingir até três graus de separação (amigos de amigos de amigos).
“Pessoas que estão cercadas de pessoas felizes e aqueles que são centrais nessas redes de relações têm mais tendência a serem felizes no futuro”.
A pesquisa aponta que estes grupos de “felicidade” resultam da disseminação desse sentimento, e não são apenas resultado de uma tendência dos indivíduos se associarem a pessoas com características similares.
Proximidade
Assim, um amigo que viva a uma distância de cerca de uma milha (1,6 km) e que se torna feliz, aumenta a probabilidade de que uma pessoa seja feliz em 25%. Efeitos similares foram observados entre casais que moram na mesma casa (8%), irmãos que vivam a menos de uma milha de distância (14%) e vizinhos (34%).
Surpreendentemente, essa relação não foi observada entre colegas de trabalho, o que sugere que o contexto social pode afetar na disseminação no sentimento de felicidade.
O estudo também aponta que a proximidade geográfica é essencial para a disseminação da felicidade.
Uma pessoa tem 42% mais chances de ser feliz se um amigo que viva a menos de 800 metros de distância se torna feliz. O efeito é de apenas 22% se o amigo morar a mais de 2,2 quilômetros.
Dados
Para chegar a essas conclusões, os autores analisaram dados coletados em um outro estudo que reuniu informações de 5.124 adultos entre 21 e 70 anos na cidade de Framinggham, no Estado americano de Massachusetts, entre 1971 e 2003.
Originalmente iniciado para pesquisar riscos de problemas no coração, este estudo também coletou dados sobre a saúde mental dos entrevistados.
Em diversos momentos, os entrevistados foram convidados a responder se concordavam ou discordavam de quatro afirmações: “Me sinto esperançoso em relação ao futuro”; “Eu fui feliz”; “Eu aproveitei a vida” e “Eu me senti tão bem como as outras pessoas”.
Para chegar ao conceito de “felicidade” usado em sua pesquisa, Christakis e Fowler levaram em conta a resposta afirmativa às quatro sentenças.
Segundo o professor Andrew Steptoe, especialista em psicologia da University College of London, "faz sentido intuitivamente que a felicidade das pessoas à nossa volta tenham impacto em nossa própria felicidade".
"O que é um pouco mais surpreendente é que essa felicidade parta não apenas daqueles muito próximos a você, mas também de pessoas um pouco mais distantes."
Segundo ele, a pesquisa também pode ter implicações em políticas de saúde pública.
"A felicidade parece estar associada a efeitos protetores à saúde."
"Se a felicidade realmente for transmitida por conexões sociais, ela poderia, indiretamente, contribuir para a transmissão social de saúde", disse ele.
Usando análises estatísticas, os pesquisadores Nicholas Christakis, da Escola de Medicina de Harvard, e James Fowler, da Universidade da Califórnia, mediram como as redes sociais estão relacionadas com a sensação de felicidade de uma pessoa.
Segundo os dados do estudo, a felicidade de uma pessoa pode “contagiar” aqueles com quem ela se relaciona.
“Mudanças na felicidade individual podem se propagar em ondas de felicidade pela rede social e gerar grupos de felicidade e infelicidade”, diz o estudo.
E mais, não são apenas os laços sociais mais imediatos que têm impacto nestes níveis de felicidade, o sentimento consegue atingir até três graus de separação (amigos de amigos de amigos).
“Pessoas que estão cercadas de pessoas felizes e aqueles que são centrais nessas redes de relações têm mais tendência a serem felizes no futuro”.
A pesquisa aponta que estes grupos de “felicidade” resultam da disseminação desse sentimento, e não são apenas resultado de uma tendência dos indivíduos se associarem a pessoas com características similares.
Proximidade
Assim, um amigo que viva a uma distância de cerca de uma milha (1,6 km) e que se torna feliz, aumenta a probabilidade de que uma pessoa seja feliz em 25%. Efeitos similares foram observados entre casais que moram na mesma casa (8%), irmãos que vivam a menos de uma milha de distância (14%) e vizinhos (34%).
Surpreendentemente, essa relação não foi observada entre colegas de trabalho, o que sugere que o contexto social pode afetar na disseminação no sentimento de felicidade.
O estudo também aponta que a proximidade geográfica é essencial para a disseminação da felicidade.
Uma pessoa tem 42% mais chances de ser feliz se um amigo que viva a menos de 800 metros de distância se torna feliz. O efeito é de apenas 22% se o amigo morar a mais de 2,2 quilômetros.
Dados
Para chegar a essas conclusões, os autores analisaram dados coletados em um outro estudo que reuniu informações de 5.124 adultos entre 21 e 70 anos na cidade de Framinggham, no Estado americano de Massachusetts, entre 1971 e 2003.
Originalmente iniciado para pesquisar riscos de problemas no coração, este estudo também coletou dados sobre a saúde mental dos entrevistados.
Em diversos momentos, os entrevistados foram convidados a responder se concordavam ou discordavam de quatro afirmações: “Me sinto esperançoso em relação ao futuro”; “Eu fui feliz”; “Eu aproveitei a vida” e “Eu me senti tão bem como as outras pessoas”.
Para chegar ao conceito de “felicidade” usado em sua pesquisa, Christakis e Fowler levaram em conta a resposta afirmativa às quatro sentenças.
Segundo o professor Andrew Steptoe, especialista em psicologia da University College of London, "faz sentido intuitivamente que a felicidade das pessoas à nossa volta tenham impacto em nossa própria felicidade".
"O que é um pouco mais surpreendente é que essa felicidade parta não apenas daqueles muito próximos a você, mas também de pessoas um pouco mais distantes."
Segundo ele, a pesquisa também pode ter implicações em políticas de saúde pública.
"A felicidade parece estar associada a efeitos protetores à saúde."
"Se a felicidade realmente for transmitida por conexões sociais, ela poderia, indiretamente, contribuir para a transmissão social de saúde", disse ele.
Fonte: bbcbrasil.com
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Professor de sexo e teólogo dá aulas práticas em SP
POR JULIANA VILAS
Avenida São Luiz, 187. Espaço Metrópole, na galeria de mesmo nome. Segundo andar. Sinuca, lan house e bar… Meio escurinho, tudo vermelho e preto. Procuro Dorival Coutinho, em cujo número de telefone aparece duas vezes a dezena ”69". Proposital, é claro. Ele já começa logo falando de fé, Deus, religiosidade. Mas já foi perseguido por fanáticos. É chamado de depravado. Dorival é teólogo por formação, produtor de filmes pornôs e professor de sexo por vocação.
Seu curso foge totalmente dos clichês do gênero. Nada de dicas para apimentar a relação. Nas aulas práticas, os homens treinam para ter prazer bem antes da ejaculação – e prolongar o período entre as preliminares e o ato sagrado de gozar. As mulheres aprendem a se masturbar, a preparar o ambiente (como as indianas fazem) e etc. Dorival já deu palestras sobre motivação numa empresa evangélica. Discursou citando trechos da Bíblia. Ninguém desconfiou que ali estava um professor de sexo. Um missionário, na verdade, segundo o próprio.
A missão? Livrar as pessoas da culpa e dos dogmas que geram repressão sexual, aprisionam a libido e… Bom, depois disso, aprender strip-tease e decorar novas posições sexuais parece bem mais fácil. A maioria dos clientes é homem e faz o curso sozinho. No início, Dorival formava atores pornôs. Mas notou que as pessoas o procuravam com a intenção de melhorar a perfomance, não trabalhar no cinema.
Confira os vídeos com a entrevista de Dorival no urblog. Ele fala de traição, fé, o dilema entre o sagrado e o profano, amor, perseguição e…sexo, claro, sua especialidade. Escola de sexo - Dorival Coutinho: Avenida São Luiz, 187, 2º andar, tel.: (11)3214-4388.
Fonte: ÉpocaSP
Avenida São Luiz, 187. Espaço Metrópole, na galeria de mesmo nome. Segundo andar. Sinuca, lan house e bar… Meio escurinho, tudo vermelho e preto. Procuro Dorival Coutinho, em cujo número de telefone aparece duas vezes a dezena ”69". Proposital, é claro. Ele já começa logo falando de fé, Deus, religiosidade. Mas já foi perseguido por fanáticos. É chamado de depravado. Dorival é teólogo por formação, produtor de filmes pornôs e professor de sexo por vocação.
Seu curso foge totalmente dos clichês do gênero. Nada de dicas para apimentar a relação. Nas aulas práticas, os homens treinam para ter prazer bem antes da ejaculação – e prolongar o período entre as preliminares e o ato sagrado de gozar. As mulheres aprendem a se masturbar, a preparar o ambiente (como as indianas fazem) e etc. Dorival já deu palestras sobre motivação numa empresa evangélica. Discursou citando trechos da Bíblia. Ninguém desconfiou que ali estava um professor de sexo. Um missionário, na verdade, segundo o próprio.
A missão? Livrar as pessoas da culpa e dos dogmas que geram repressão sexual, aprisionam a libido e… Bom, depois disso, aprender strip-tease e decorar novas posições sexuais parece bem mais fácil. A maioria dos clientes é homem e faz o curso sozinho. No início, Dorival formava atores pornôs. Mas notou que as pessoas o procuravam com a intenção de melhorar a perfomance, não trabalhar no cinema.
Confira os vídeos com a entrevista de Dorival no urblog. Ele fala de traição, fé, o dilema entre o sagrado e o profano, amor, perseguição e…sexo, claro, sua especialidade. Escola de sexo - Dorival Coutinho: Avenida São Luiz, 187, 2º andar, tel.: (11)3214-4388.
Fonte: ÉpocaSP
História de pescador
Homem "pesca" anel perdido
21 anos e devolve ao dono
O anel estava dentro de um peixe pescado em um lago do Texas. O pescador encontrou o dono do objeto com ajuda internet
Parece história de pescador, mas os envolvidos juram que é verdade. O ano era 1987 e o americano Joe Richardson havia acabado de se formar Instituto Técnico Universal de Houston, no Texas. Duas semanas após a formatura, ele foi pescar com amigos no lago Sam Rayburn e perdeu seu anel de formatura.
Vinte e um anos depois, um pescador pegou um bass de boca pequena, peixe muito comum nos lagos americanos, e teve uma surpresa ao abrir o animal. Dentro do peixe de quatro quilos havia um anel dourado com uma pedra azul com o nome Joe Richardson gravado nele.
Com ajuda da internet, o pescador localizou Joe e devolveu-lhe o anel. O dono do anel, que agora tem 41 anos, quase não acreditou na história. Mas como o pescador lhe contou detalhes do anel perdido há mais de duas décadas, ele enfim se convenceu da história. Joe disse que o anel, que na época custou US$ 200, está em boas condições e que será mantido da mesma maneira que foi encontrado.
“Disse para minha mulher não limpá-lo. Quero ele do mesmo jeito que foi encontrado”, disse Joe.
Fonte: Época
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Sorria você esta sendo filmado!!
"Em nossas instalações de fabricação, administração e distribuição, temos uma filosofia específica - as câmeras fazem com que as pessoas honestas continuem honestas"
Leo Myers, engenheiro de segurança e sistema de vigilância da Mattel, explicando o uso entusiástico pela empresa de sistemas de vigilância sobre sua força de trabalho global, 1990
Filado do exelente malvados
Coexistir ou conviver?
Coexistência é a palavra da moda, cada vez mais em voga, desde que o vocalista Bono Vox, a usou em sua bandana em um show do U2.
Cristãos, muçulmanos, hindús, espíritas, ateus, devem aprender a existir lado-a-lado, respeitando-se mutuamente. Não se trata de Ecumenismo, que é, por definição, a fusão de religiões diferentes.
Como cristãos, devemos aprender a respeitar àqueles que pensam diferente de nós. Ninguém é obrigado a abraçar nossa fé. Lembremo-nos que não é por força, nem por violência, mas por obra e convencimento do Espírito.
Diferenças doutrinárias, culturais, sociais, raciais, não devem nos impedir de coexistir respeitosa e pacificamente. Jamais converteremos alguém à base de discussões calorosas. Desejar o desaparecimento de alguém, simplesmente por não concordar com seu modo de vida, ou com sua doutrina, é o mesmo que alimentar um sentimento homicida.
O que Deus espera de nós, não é apenas que aceitemos a existência do outro, mas que o convidemos a participar de nossa vida. Coexistir já é um enorme passo. Mas o projeto de Deus para nós vai muito além que a simples coexistência. Ele nos chama à convivência.
Devemos buscar ir além da mera coexistência. Temos que buscar a CONVIVÊNCIA. A diferença entre conviver e coexistir é que convivência implica viver juntos, ter vida em comum, enquanto que coexistência implica viver lado-a-lado, cada qual respeitando o espaço do outro.
Convivência só é possível onde haja comunhão. Mas para que haja comunhão, temos que estar em concordância acerca da Verdade. À medida que partilhamos o Evangelho, nosso círculo de convivência vai aumentando.
Talvez a coexistência seja o primeiro passo rumo à convivência. Mas não podemos parar por aí. Devemos buscar conviver, não apenas coexistir; conviver carinhosamente, em amor, e não apenas em tolerância mútua.
Pra coexistir, temos que aprender a tolerar os outros. Pra conviver, temos que aprender a perdoar. Pra coexistir, basta respeitar e aceitar a existência do diferente. Pra conviver, tem que amar, e convidar o diferente para que faça parte de nossa vida.
Podemos coexistir, sem nos importar com o outro. Simplesmente ignorar. Fingir que ele não existe, e assim, deixá-lo em paz. Mas para conviver, temos que abrir a porta de nossa casa. Temos que acolhê-lo e amá-lo.
Hermes C. Fernandes via Pavablog
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Líderes religiosos se reúnem na Suécia para discutir clima
Centenas de representantes das principais religiões do mundo reúnem-se nesta sexta-feira em Uppsala, na Suécia, para um encontro ecumênico sobre mudanças climáticas - tida como a primeira do tipo.
A reunião, de dois dias, inclui cristãos, muçulmanos, judeus, chineses daoístas e um representante dos povos indígenas dos Estados Unidos.
O encontro deve produzir um manifesto, a ser assinado por 30 líderes religiosos, que terá o objetivo de encorajar a Organização das Nações Unidas a buscar medidas mais rigorosas para lidar com as mudanças no clima do planeta.
Os líderes também querem incentivar o envolvimento pessoal de fiéis nos temas relacionados à causa.
O repórter da BBC no encontro, Christopher Landau, disse que será abordada na conferência a falta de entusiasmo em relação a medidas contra mudanças climáticas em alguns setores religiosos.
"Eis uma grande emergência humana", disse o bispo anglicano de Londres, Richard Chartres.
"Várias de nossas paróquias ainda encaram isto como um assunto periférico, de segunda ordem. Tem que subir nas prioridades."
Os delegados na Suécia acreditam que se apresentarem uma mensagem unificada para o mundo, as comunidades religiosas podem fazer uma contribuição real.
Fonte: bbcbrasil
A reunião, de dois dias, inclui cristãos, muçulmanos, judeus, chineses daoístas e um representante dos povos indígenas dos Estados Unidos.
O encontro deve produzir um manifesto, a ser assinado por 30 líderes religiosos, que terá o objetivo de encorajar a Organização das Nações Unidas a buscar medidas mais rigorosas para lidar com as mudanças no clima do planeta.
Os líderes também querem incentivar o envolvimento pessoal de fiéis nos temas relacionados à causa.
O repórter da BBC no encontro, Christopher Landau, disse que será abordada na conferência a falta de entusiasmo em relação a medidas contra mudanças climáticas em alguns setores religiosos.
"Eis uma grande emergência humana", disse o bispo anglicano de Londres, Richard Chartres.
"Várias de nossas paróquias ainda encaram isto como um assunto periférico, de segunda ordem. Tem que subir nas prioridades."
Os delegados na Suécia acreditam que se apresentarem uma mensagem unificada para o mundo, as comunidades religiosas podem fazer uma contribuição real.
Fonte: bbcbrasil
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Refrigerante evangélico e cadeado católico
Em dezembro, será lançado o primeiro refrigerante evangélico: Leão de Judá. É isso mesmo! A empresa Alfa Gold, fabricante do produto, é do empresário Moisés Magalhães, da Igreja Universal do Reino de Deus. O lote de lançamento será de 12 milhões de litros e Moisés divulgou que 20% do lucro será destinado às ações sociais da Igreja que ele frequenta.
Em três sabores, cola, guaraná e laranja, na latinha do Leão de Judá vem impresso o salmo 33,12 "Feliz a Nação cujo Deus é o Senhor".
O nome Leão de Judá é uma referência à pessoa de Jesus Cristo, na passagem do livro do Apocalipse 5,5: "eis aqui o Leão que é da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e para romper os seus sete selos".
O empresário, otimista, espera abocanhar 2,5% do setor de bebidas não alcoólicas com uma boa divulgação do produto, e lógico, com o crescente mercado de consumo religioso.
E o mercado oferece diversidade e criatividade para atender a este perfil diferenciado de consumidor. A empresa PADO lançou no mês de outubro um cadeado com imagem de Nossa Senhora Aparecida. Um cadeado católico! E a empresa informa que parte da venda será destinada à Basílica. A PADO irá produzir 30 mil ítens do novo produto que permanecerá no catálogo da empresa por tempo indeterminado.
"A PADO se destaca por oferecer sempre produtos diferenciados, pensando em públicos estratégicos e, ao mesmo tempo, carentes de novidades no setor. Pensando nisso, resolvemos inovar mais uma vez e ousar a produção de um produto, no mínimo, inusitado", informa o diretor comercial e de marketing Alexandre Zanatta. "Tudo isso sem esquecer os principais focos da PADO, que são segurança, qualidade e design diferenciado", completa o diretor.
Ah...e como a criatividade é também utilizada para boicotar produtos e empresas, veja o site 'Macumba on line' que tem um 'trabalho' para levar à falência a empresa do refrigerante Leão de Judá. Na visita à Macumba on line, você poderá participar fortalecendo a macumba, votando contra ou à favor, enviando mensagem ao macumbeiro ou ainda mandando o pé - chuta que é macumba!
Fonte: Noticias Cristã
=))
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Onde esta o amor ?
No último sábado aconteceu em Sorocaba + uma edição da "Marcha para Jesus". Em vez de juntar-se à presepada costumeira de "profetizar" e "declarar" uma pá de frases feitas e clichês, a Comunidade Ide optou por empunhar cartazes simples c/ frases exaltando o amor de Deus por todos.
A maior parte dos "marchadores" reagiu c/ frases como "queima, Jesus", "tá amarrado" e "misericórdia". Outros levantaram as mãos s/ o grupo p/ "interceder" por tão grande "desvio".
Segundo um dos participantes do grupo, "foi incrível a experiência de sentir na pele o que alguns grupos marginalizados sentem".
Filado do Pavablog
Não extremamente indignado !!
Ainda que na linguagem diplomática o chamamento de volta a Brasília do embaixador em Quito signifique o primeiro passo para o rompimento das relações com o Equador, foi tímida a reação do presidente Lula em relação ao calote da dívida com o BNDES. Mostrou-se indignado, mas não extremamente indignado como é natural que se proceda neste caso. Não fosse a crise econômica mundial, os petistas preferiam assimilar um prejuízo a mais à destruição da grande agenda propositiva desenvolvida junto aos vizinhos e amigos latino-americanos.
Observem que não há um clima de insatisfação do indulgente governo brasileiro com o mérito da atitude caloteira do presidente Rafael Correa. Há muita gente dentro do Palácio do Planalto que reconhece o esbulho como uma atitude legítima de uma nação pobre contra a ganância corruptora de uma empreiteira. O que pesa é a oportunidade. Ante a incerteza de que o mundo possa acabar, não é hora de distribuir benevolências e Correa esperneou um tanto tardiamente.
Na verdade, o governo brasileiro enquanto acreditou que a crise era um problema de Bush, meu filho, tratou da insubordinação equatoriana com o que se pode chamar de resistência passiva de um cônjuge enganado. O Brasil aceitou que a Odebrecht fosse expulsa do País. Depois admitiu sem reclamar que o mesmo ocorresse com Furnas, uma estatal da maior competência técnica e probidade. Ato contínuo quase que igual destino foi reservado à Petrobrás, fato que não se consumou depois de a empresa petrolífera se submeter a uma quebra temporária de contrato cujo prejuízo foi apenas adiado.
No afã de conquistar liderança moral da América Latina, o Brasil criou política externa centrada na comiseração. Somos credores de muito destes países, grande parte do investimento produtivo que eles recebem vem do Brasil, vez por outra perdoamos dívidas e mediamos conflitos em que eles se envolvem. Mesmo assim ficamos satisfeitos quando nos tratam como cachorro de rua. O interessante é que nações como a Bolívia, o Paraguai e o Equador justamente se munem do nosso extremo sentimento de humanidade e clemência para nos bombardear.
Correa, por exemplo, conta com a pronta mobilização de um certo Movimento Indígena Equatoriano para defender a soberania do seu país contra o imperialismo brasileiro. Fernando Lugo tem uma versão paraguaia dos sem-terra como força de reserva para eventual tomada de Itaipu. Morales se deu muito bem ao dar configuração étnica ao ato bandoleiro de invadir propriedade privada e quebrar a segurança contratual com a Petrobrás. Como líder, deveríamos lutar pelo aperfeiçoamento democrático, quando, no entanto, alimentamos o populismo macróbio.
A disposição caloteira de Rafael Correa é inaceitável sob qualquer aspecto. Agora é preciso ficar atento pois pode significar a antecipação de uma moratória geral dos países bolivarianos em conseqüência da queda acentuada do preço do petróleo. Em vez de assumir a missão de salvador da pátria alheia, a diplomacia brasileira fará bem ao País caso atue com a personalidade de líder. Não fará nenhum mal se assimilar os fundamentos da Doutrina do Guatambu desenvolvida por Theodore Roosevelt a respeito da influência geopolítica: “Fale suavemente, mas mantenha à mão um grande porrete.”
Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM-GO)
Filado do Noblat
Acho que a nossa politica externa com os vizinhos esta uma mer.......
Observem que não há um clima de insatisfação do indulgente governo brasileiro com o mérito da atitude caloteira do presidente Rafael Correa. Há muita gente dentro do Palácio do Planalto que reconhece o esbulho como uma atitude legítima de uma nação pobre contra a ganância corruptora de uma empreiteira. O que pesa é a oportunidade. Ante a incerteza de que o mundo possa acabar, não é hora de distribuir benevolências e Correa esperneou um tanto tardiamente.
Na verdade, o governo brasileiro enquanto acreditou que a crise era um problema de Bush, meu filho, tratou da insubordinação equatoriana com o que se pode chamar de resistência passiva de um cônjuge enganado. O Brasil aceitou que a Odebrecht fosse expulsa do País. Depois admitiu sem reclamar que o mesmo ocorresse com Furnas, uma estatal da maior competência técnica e probidade. Ato contínuo quase que igual destino foi reservado à Petrobrás, fato que não se consumou depois de a empresa petrolífera se submeter a uma quebra temporária de contrato cujo prejuízo foi apenas adiado.
No afã de conquistar liderança moral da América Latina, o Brasil criou política externa centrada na comiseração. Somos credores de muito destes países, grande parte do investimento produtivo que eles recebem vem do Brasil, vez por outra perdoamos dívidas e mediamos conflitos em que eles se envolvem. Mesmo assim ficamos satisfeitos quando nos tratam como cachorro de rua. O interessante é que nações como a Bolívia, o Paraguai e o Equador justamente se munem do nosso extremo sentimento de humanidade e clemência para nos bombardear.
Correa, por exemplo, conta com a pronta mobilização de um certo Movimento Indígena Equatoriano para defender a soberania do seu país contra o imperialismo brasileiro. Fernando Lugo tem uma versão paraguaia dos sem-terra como força de reserva para eventual tomada de Itaipu. Morales se deu muito bem ao dar configuração étnica ao ato bandoleiro de invadir propriedade privada e quebrar a segurança contratual com a Petrobrás. Como líder, deveríamos lutar pelo aperfeiçoamento democrático, quando, no entanto, alimentamos o populismo macróbio.
A disposição caloteira de Rafael Correa é inaceitável sob qualquer aspecto. Agora é preciso ficar atento pois pode significar a antecipação de uma moratória geral dos países bolivarianos em conseqüência da queda acentuada do preço do petróleo. Em vez de assumir a missão de salvador da pátria alheia, a diplomacia brasileira fará bem ao País caso atue com a personalidade de líder. Não fará nenhum mal se assimilar os fundamentos da Doutrina do Guatambu desenvolvida por Theodore Roosevelt a respeito da influência geopolítica: “Fale suavemente, mas mantenha à mão um grande porrete.”
Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM-GO)
Filado do Noblat
Acho que a nossa politica externa com os vizinhos esta uma mer.......
Pastor aparece em São Januário e promove culto para os jogadores
Madson e Mateus participam da oração no estacionamento do Vasco, que é um clube tradicionalmente católico
Quando a fase é ruim, qualquer ajuda é bem-vinda, principalmente pelo momento que o Vasco vive no Brasileirão. O ditado popular caiu como uma luva para a cena presenciada na manhã desta quarta-feira, em São Januário. Logo após todas as atividades, inclusive as entrevistas coletivas, Madson e Mateus foram abordados por um pastor da igreja Assembléia de Deus e iniciaram um culto no estacionamento da Colina. Concentrados, os dois iniciaram a oração.
O culto durou cerca de 15 minutos. O que começou em silêncio no estacionamento, passou a ser ouvido a alguns metros de distância. Rodrigo Silva, o pastor da igreja de São Cristóvão, louvou com mais intensidade ao ver as câmeras de televisão. Madson afirmou que nada foi combinado com o pastor.
- Não combinamos nada com ninguém. Ele é um enviado de Deus. Ele nos passou a mensagem de Deus nas duas últimas rodadas – diz Madson.
A polêmica que envolve a situação é que nenhum funcionário ou membro da diretoria do clube tinham conhecimento da presença do pastor dentro do clube, que é tradicionalmente católico. Dentro de São Januário, inclusive, tem o santuário Nossa Senhora das Vitórias.
Logo que Roberto Dinamite foi empossado como presidente do Vasco, o clube viveu uma situação parecida. O ex-jogador Wilsinho, “o xodó da vovó”, esteve em São Januário e benzeu as traves com dois pastores evangélicos.
Fonte Globoesporte.com
Márcio Iannacca e Thiago Lavinas
Rio de Janeiro
A verdadeira mensagem
Então, no exato centro do redemoinho, Pedro levanta-se e faz algo belo e terrível e inteiramente prenhe de consequências: começa a falar.
Não sabemos porque é necessário que apenas um tome a palavra e ensaie um discurso quando todos já estavam “falando das grandezas de Deus”, mas a postura de Pedro (”pondo-se de pé e levantando a voz”, diante de uma multidão atenta e com as defesas baixas) passou a representar o modelo canônico de como Cristo deve ser efetivamente apresentado. O próprio Jesus não havia dito que mediante a concessão do Espírito os discípulos aprenderiam o ofício de “serem testemunhas”? Pelo que vemos aqui, “ser testemunha” nada mais é do que produzir um discurso – ou, como viria a ser chamado, um sermão – habilmente adequado à situação do momento. Todos que há um minuto falavam sinfonicamente, até mesmo os onze, são obrigados a calar para que a Voz seja ouvida em apenas um.
Um só pregador, uma só congregação, um só público de gente de fora carecendo de salvação: o Primeiro Momento do Espírito é também o arquétipo da Primeira Igreja.
Será essa uma interpretação justa deste momento e do que ele representa? De certa forma não temos a esta altura, depois de milênios dessa mesma leitura, como saber.
É claro que mesmo Jesus já havia discursado, e muitas vezes. Mas Jesus, dito grosseiramente, falava com mais parábolas e com menos esperança de angariar seguidores. Deve ser evidente também que o sermão de Pedro é mais misericordiosamente breve e mais contundente do que qualquer sermão dos nossos dias, mas talvez o que recebemos no livro de Atos seja uma versão estilizada, devidamente condensada – não apenas do que Pedro disse, mas do que aconteceu naquela ocasião.
Como o texto que chegou até nós exibe um grau indefinido de estilização, talvez o discurso centralizado de Pedro seja uma necessidade meramente narrativa; talvez seu conteúdo tenha sido transmitido cooperativamente, através de todos e a cada um. Mais importante será entender que, de certo modo, não faz diferença.
Como em todo o texto bíblico, de Gênesis a Apocalipse, a verdadeira mensagem e propósito deste momento não é nos ensinar como as coisas devem ser feitas, mas fornecer-nos um vislumbre do que representa que tenham acontecido como aconteceram. O livro de Atos é registro de terrível transformação, não de confortável permanência. Não é um Manual mas um Testemunho – e o livro inteiro é permeado pela tensão entre os que recusam-se a aprender a diferença e os que abraçam o impensável e o imponderável.
Importante aqui é que aparentemente Jesus havia sido calado pela cruz, definitivamente vencido pela vergonha da sua derrota, e não restava qualquer vestígio de vida na sua mensagem. O maluco havia sido silenciado e seus seguidores haviam demonstrado que não representavam ameaça; isto é, não estavam à altura dele.
Então há de repente um maluco – não, um bando de malucos – falando alto sobre a excelência da mensagem dele e sobre a grandeza encapsulada na sua vida e na sua morte. O discurso de Pedro é importante não porque nos ensine que devemos discursar, mas porque é a primeira vez desde a morte de Jesus em que alguém se levanta e fala em nome de Jesus.
É algo tremendamente ousado de se fazer e, veja, logo Pedro.
Por Paulo Bravo
Não sabemos porque é necessário que apenas um tome a palavra e ensaie um discurso quando todos já estavam “falando das grandezas de Deus”, mas a postura de Pedro (”pondo-se de pé e levantando a voz”, diante de uma multidão atenta e com as defesas baixas) passou a representar o modelo canônico de como Cristo deve ser efetivamente apresentado. O próprio Jesus não havia dito que mediante a concessão do Espírito os discípulos aprenderiam o ofício de “serem testemunhas”? Pelo que vemos aqui, “ser testemunha” nada mais é do que produzir um discurso – ou, como viria a ser chamado, um sermão – habilmente adequado à situação do momento. Todos que há um minuto falavam sinfonicamente, até mesmo os onze, são obrigados a calar para que a Voz seja ouvida em apenas um.
Um só pregador, uma só congregação, um só público de gente de fora carecendo de salvação: o Primeiro Momento do Espírito é também o arquétipo da Primeira Igreja.
Será essa uma interpretação justa deste momento e do que ele representa? De certa forma não temos a esta altura, depois de milênios dessa mesma leitura, como saber.
É claro que mesmo Jesus já havia discursado, e muitas vezes. Mas Jesus, dito grosseiramente, falava com mais parábolas e com menos esperança de angariar seguidores. Deve ser evidente também que o sermão de Pedro é mais misericordiosamente breve e mais contundente do que qualquer sermão dos nossos dias, mas talvez o que recebemos no livro de Atos seja uma versão estilizada, devidamente condensada – não apenas do que Pedro disse, mas do que aconteceu naquela ocasião.
Como o texto que chegou até nós exibe um grau indefinido de estilização, talvez o discurso centralizado de Pedro seja uma necessidade meramente narrativa; talvez seu conteúdo tenha sido transmitido cooperativamente, através de todos e a cada um. Mais importante será entender que, de certo modo, não faz diferença.
Como em todo o texto bíblico, de Gênesis a Apocalipse, a verdadeira mensagem e propósito deste momento não é nos ensinar como as coisas devem ser feitas, mas fornecer-nos um vislumbre do que representa que tenham acontecido como aconteceram. O livro de Atos é registro de terrível transformação, não de confortável permanência. Não é um Manual mas um Testemunho – e o livro inteiro é permeado pela tensão entre os que recusam-se a aprender a diferença e os que abraçam o impensável e o imponderável.
Importante aqui é que aparentemente Jesus havia sido calado pela cruz, definitivamente vencido pela vergonha da sua derrota, e não restava qualquer vestígio de vida na sua mensagem. O maluco havia sido silenciado e seus seguidores haviam demonstrado que não representavam ameaça; isto é, não estavam à altura dele.
Então há de repente um maluco – não, um bando de malucos – falando alto sobre a excelência da mensagem dele e sobre a grandeza encapsulada na sua vida e na sua morte. O discurso de Pedro é importante não porque nos ensine que devemos discursar, mas porque é a primeira vez desde a morte de Jesus em que alguém se levanta e fala em nome de Jesus.
É algo tremendamente ousado de se fazer e, veja, logo Pedro.
Por Paulo Bravo
Dupla assalta padres e usa sonifero
Dois homens armados e encapuzados invadiram e assaltaram a Paróquia São José Operário, em Santa Rita do Passa Quatro, na região de Ribeirão Preto (SP), na noite de anteontem. Eles amarraram os pés e as mãos de dois padres e usaram um comprimido, um tipo de sonífero, para evitar que os religiosos chamassem a polícia durante a fuga.
A dupla levou um Gol e cerca de R$ 300 da paróquia, além de pertences pessoais dos padres (dois telefones celulares, dois relógios de pulso, um anel de prata, um computador, uma filmadora e uma câmera fotográfica digital). A polícia não tem pistas dos assaltantes.
O padre Giorgio Masin foi rendido na casa paroquial, que fica ao lado da igreja, no Jardim Boa Vista, por volta de 21h45. Os dois homens estavam armados com um revólver, uma pistola e uma faca.
Logo em seguida, no outro cômodo, o padre João Nunes de Melo também foi rendido. "Eles nos jogaram ao chão e nos amarraram, com os pés e mãos para trás", comentou Masin, que é italiano e está há 37 anos no Brasil, sendo os últimos 12 anos em Santa Rita do Passa Quatro. As informações são do "Jornal da Tarde".
Fonte Uol
A dupla levou um Gol e cerca de R$ 300 da paróquia, além de pertences pessoais dos padres (dois telefones celulares, dois relógios de pulso, um anel de prata, um computador, uma filmadora e uma câmera fotográfica digital). A polícia não tem pistas dos assaltantes.
O padre Giorgio Masin foi rendido na casa paroquial, que fica ao lado da igreja, no Jardim Boa Vista, por volta de 21h45. Os dois homens estavam armados com um revólver, uma pistola e uma faca.
Logo em seguida, no outro cômodo, o padre João Nunes de Melo também foi rendido. "Eles nos jogaram ao chão e nos amarraram, com os pés e mãos para trás", comentou Masin, que é italiano e está há 37 anos no Brasil, sendo os últimos 12 anos em Santa Rita do Passa Quatro. As informações são do "Jornal da Tarde".
Fonte Uol
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
sábado, 22 de novembro de 2008
Precisamos aprender a meditar
A superficialidade é a maldição do nosso tempo. A doutrina da satisfação instantânea é o principal problema espiritual. A necessidade desesperada de hoje não é a de um número maior de pessoas inteligentes nem de talentosas, mas de pessoas com profundidade
Richard Foster em Celebração da disciplina Editora Vida
Richard Foster em Celebração da disciplina Editora Vida
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Vicky Cristina Barcelona
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Docemente esquecê-lo
O projeto de esperar a outra vida me cansou, e resolvi abraçar esta. Gostar da simples existência, amar a vida e querê-la de todo jeito, mas do jeito em que se possa gozá-la melhor. [...] E comecei a achar um banho de chuva melhor do que a missa; a reunião inútil com meus amigos na praça, melhor do que a falsa utilidade da reunião de catequese; uma cerveja a sós, escutando Chico Buarque ou Mônica Salmaso ou João Sebastião Bach, me caíam bem mais em conta para um prazer do que a palestra que me havia sido incumbida proferir no ECC (sim, eu era o menino de ouro, o protegido prodígio da Diocese, porque aos 17 anos já ministrava cursos de teologia, e palestras doutrinárias em todo tipo de reunião). Entendi, desse modo, como era maior a tal da Teologia da Libertação, maior do que a paroquialização das CEB’s e do que a cooptação do discurso “libertador” por amplos setores das igrejas. Não era possível promover “justiça social”, lutar pela “democracia popular”, conquistar “direitos sociais”, enfim, não era possível mudar o mundo, se não se mudasse o criadouro de mundos que é a religião, ou melhor, a religiosidade. De nada adianta trocar os mandatários se nunca muda a relação que constitui por dentro o poder, e que baseia-se, obviamente, na “metafísica” subjacente a tudo.
Para ser como ele é preciso esquecê-lo.
[...] Ieshua era pra mim, de verdade, um Mestre nisso. Mas o problema é que não sabia a dosagem de seu esquecimento. Sabia que lembrar-se muito dele atrapalharia tudo, porque é preciso ser como ele e não para ele. E, para ser como ele, é preciso esquecê-lo, docemente esquecê-lo. Esquecê-lo é colocá-lo além da memória, é encarná-lo. Como as pernas e os braços que a gente tem e não se lembra, desde que não haja problemas com isso. Lembrá-lo traz sempre à tona aquelas ridículas desencarnações dele, as imagens de um modelo hollyoodiano loiro, sem força na fala, sem dramaticidade nos gestos, com uma falsa simplicidade, que denota mais os riquefifes de um nobre barroco do que o sorriso largo e companheiro de um artesão do interior.
O que, talvez, ele dissera, era verdade: ele estaria conosco, mas não da forma pessoalmente espiritual como quiseram as Instituições, mas da forma sublime que ele denominou de espírito santo - prefiro escrever com minúsculas, porque é menos hierárquico: isto é, fazendo-nos esquecer dele, para nos encontrarmos com a vida e com a sua realidade fantasiosa. Dando-nos, a qualquer um que o queira, o nosso espírito de volta, isto é, a carne com a saudade e a fantasia que ela traz.
Rondinelly Gomes Medeiros,
de seu posto no sertão paraibano, entre São Mamede e Patos,
em e-mail que mandou-me semana passada
Filado do Bacia das Almas
Para ser como ele é preciso esquecê-lo.
[...] Ieshua era pra mim, de verdade, um Mestre nisso. Mas o problema é que não sabia a dosagem de seu esquecimento. Sabia que lembrar-se muito dele atrapalharia tudo, porque é preciso ser como ele e não para ele. E, para ser como ele, é preciso esquecê-lo, docemente esquecê-lo. Esquecê-lo é colocá-lo além da memória, é encarná-lo. Como as pernas e os braços que a gente tem e não se lembra, desde que não haja problemas com isso. Lembrá-lo traz sempre à tona aquelas ridículas desencarnações dele, as imagens de um modelo hollyoodiano loiro, sem força na fala, sem dramaticidade nos gestos, com uma falsa simplicidade, que denota mais os riquefifes de um nobre barroco do que o sorriso largo e companheiro de um artesão do interior.
O que, talvez, ele dissera, era verdade: ele estaria conosco, mas não da forma pessoalmente espiritual como quiseram as Instituições, mas da forma sublime que ele denominou de espírito santo - prefiro escrever com minúsculas, porque é menos hierárquico: isto é, fazendo-nos esquecer dele, para nos encontrarmos com a vida e com a sua realidade fantasiosa. Dando-nos, a qualquer um que o queira, o nosso espírito de volta, isto é, a carne com a saudade e a fantasia que ela traz.
Rondinelly Gomes Medeiros,
de seu posto no sertão paraibano, entre São Mamede e Patos,
em e-mail que mandou-me semana passada
Filado do Bacia das Almas
sábado, 15 de novembro de 2008
A Bíblia vista do espaço
O colectivo de artistas australiano The Glue Society revelou recentemente ao mundo o seu último projecto que desde já promete ser polémico. O trabalho é composto por um conjunto de imagens manipuladas digitalmente que procuram representar uma série de episódios bíblicos como se fossem observados de um satélite, tipicamente como no Google Earth. Acima podemos ver Moisés a atravessar o Mar Vermelho. É curioso como estas imagens vão ao encontro dos nossos estereótipos...
Veja mais em Obvious
A BÍBLIA É BABEL
A Bíblia não pode estar acima da vida. A maior autoridade na vida é a vivência mesma e não o texto sagrado da religião. O que contraria um pilar da tradição evangélica. Proponho inverter a afirmação tradicional. A vida é a maior autoridade sobre a Bíblia.
A hermenêutica evangélica da Bíblia hierarquiza o texto sagrado dividindo-o em patamares de estilo e valor: o texto normativo e o narrativo. Por ser uma escrita escorregadia, marcada pelas singularidades e obscuridades das experiências humanas, o texto narrativo precisa ser iluminado pelo texto normativo, aquele que discorre sobre Deus e doutrina a vida do crente. Sendo assim, grande parte dos evangelhos e do Livro dos Atos dos Apóstolos careceria ser interpretada com o auxílio preciso das Cartas Apostólicas. Também se sujeitariam a estes os poéticos e apocalípticos. Afinal de contas, o que fazer com o sorteio que define a vontade de Deus para a substituição no colégio apostólico, ou com a quantidade exorbitante de vinho providenciada pelo festeiro Nazareno transformando água em vinho? Os narrativos escandalizam, os normativos devolvem a ordem.
Esta compreensão hierarquizada da Bíblia já é uma “ginástica” conceitual para administrar a violência imposta à vida humana ao submetê-la a uma autoridade carente de dinamismo, à força fria do que está escrito. Os textos narrativos, maioria sugestiva da Bíblia, são repletos de ambigüidades, contradições, tensões, becos sem saída e imprecisões, porque são o retrato da vida de homens e mulheres que experimentaram Deus em épocas e culturas próprias. Da mesma forma que o discurso religioso quer sujeitar a vida ao texto bíblico, sua hermenêutica obriga-se a calar a polifonia irresistível dos textos narrativos com a mordaça dos chamados textos normativos.
Como se já não bastasse a hercúlea tarefa de arranjar a “Bíblia” de forma a maquiar suas imprecisões textuais e sua distância cultural em relação ao leitor, impõe-se ao crente arranjar sua vida de forma a encaixá-la na moldura das Escrituras, ou pelo menos dar esta impressão. Entenda o enquadramento da vida pelas Escrituras pelo que delas se compreende e se institui como fiel interpretação. Assunto com que já nos ocupamos em textos anteriores a este.
Acredito que precisamos ampliar o alcance da doutrina cristã da encarnação. O Deus que se fez gente deveria ser a mais importante chave de compreensão da Bíblia. Sendo assim, podemos entender o gesto de se esvaziar da condição acima da vida para assumir a condição humana de viver como a rendição de Deus à única realidade em que o que diz à humanidade pode fazer sentido, na vivência.
A Palavra de Deus se enche de sentido no Verbo Encarnado. O Verbo Vivo não mata a vida para se impor como doutrina. “O ladrão vem para roubar, matar e destruir”. Doutrina que não se vivencia assalta a vida. Mas a Palavra encarnada é a que vivencia radicalmente a existência humana e nela promove a vida intensamente. (Jo 10.10) O movimento divino de encarnação é um ato libertador. É negação de qualquer fala que se desconectou da vida para a sua afirmação redentora. Antes de dizer, desdizer.
Talvez por isso Jesus tenha usado com freqüência as locuções “Ouvistes o que foi dito aos antigos (…) eu, porém, vos digo que (…)” (Mt 5.22-44) Um Deus encarnado precisa dizer de novo. Reinterpretar o que sempre disse, pois fala de dentro da dinâmica existencial dos viventes. Fala com cheiro, com timbre, com cara, com batimentos cardíacos, com cultura e história, é a Raiz de Jessé, o Filho de Davi. Judeu nazareno oprimido pelos romanos. É provavelmente carpinteiro, certamente pobre. É filho de Maria, primo de João Batista. É “comilão e beberrão”. É rabi. É o filho do homem. É gente. Tem que desdizer e dizer de novo.
Acredito que foi por isso que Jesus suspendeu a prática do jejum em determinado momento, rito previsto e normatizado na Lei, negando qualquer sentido ao jejum na “presença do noivo” Como também colocou o Sábado a serviço da vida humana e a libertou de seu senhorio desastroso: o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. A vida é sagrada e não o mandamento do sábado. A Bíblia foi feita a partir da vida humana e não a vida humana a partir da Bíblia. A Bíblia sagra-se na vida.
Jesus re-significou a lei diante da mulher flagrada em adultério. A célebre pergunta “quem não tiver pecado atire a primeira pedra” seguida do perdão nada mais foi que a vida legislando sobre a Lei. Silenciou a opressão da palavra que acusa e condena e deu voz ao perdão e à esperança. Jesus é a vida se impondo sobre a letra. Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou? Tão pouco eu te condeno. Vá e abandone a vida de pecado.”
A grande pressão sofrida por Jesus, sua maior tentação, foi a de inverter a relação. Violentar a vida impondo sobre ela as regras vindas do alto. Ao que respondeu com uma metáfora. “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”. (Jo 12.24) Mesmo diante da morte previsível, Jesus se nega a jogar com outras regras que não as da vida. As únicas que poderiam produzir muito fruto. Regras acima da vida fariam a palavra de Jesus uma palavra solitária, sem sentido. A palavra encarnada na vida, inclusive na possibilidade previsível da morte, é solidária, é comunhão, são muitos frutos, tem muito sentido. O mundo é reconciliado com Deus apenas na palavra que frutifica no solo da existência humana.
É por isso que o pregador que vocifera promessas de milagre precisa deixar o púlpito e freqüentar os quartos de hospitais onde esperam pelo último suspiro centenas de enfermos. Gente que nunca experimentará a tal “fé” que produz milagres. Pela mesma razão lamento a dor, mas celebro a oportunidade de ter a companhia de pastores que experimentaram o fim do casamento. Eles sim têm o que dizer sobre a interpretação de textos bíblicos a respeito do divórcio e novo casamento. Festejo a globalização e o acesso em tempo real aos fatos do mundo, pois enquanto reclamamos de Deus um jeitinho para os nossos mínimos problemas somos também constrangidos pelos campos de refugiados em Darfur.
Não tenho dúvida de que essa necessidade de alçar o texto bíblico acima do mundo vivido é uma manobra de perpetuação de poder, ou seja, da religião instituída. Apenas a instituição teme a leveza da vida humana, sua imprevisibilidade a ameaça, seu descontrole a esvazia, sua circunstancialidade a relativiza. Por isso o texto precisa emoldurar a vida humana e confirmar a relevância da religião organizada. Não consigo parar de repetir que a Bíblia que se posiciona acima da vida é sempre a imposição de uma interpretação dela e nunca ela mesma.
A Bíblia em si mesma é a sabotagem divina à sistematização dos amantes do poder. A Bíblia é Babel. A confusão de línguas e histórias impedindo a divinização dos edifícios. Babel é a vida liberta por Deus das amarras hegemônicas dos poderosos. A Bíblia é Deus confundindo os esforços cartesianos de aprisionamento da verdade. A Bíblia é Deus libertando a vida das razões absolutizantes. A Bíblia é Deus babelizando os poderosos e espalhando a verdade por tantos viventes quantos haja. A Bíblia é tão narrativa quanto à vida. E tão desorganizada, imprevisível, imprecisa, surpreendente e contraditória quanto a vida de qualquer um de nós.
E é justamente porque a Bíblia se parece muito com a vida humana que tem muito e sempre o que dizer à humanidade. Sendo um livro essencialmente narrativo é Deus falando enquanto vivemos.
Gadamer fala da compreensão como um jogo. Um jogo dialógico e dinâmico. Como em um jogo, só se compreende bem algo, suas regras e funcionamento, a medida que é vivenciado. Aprendemos um jogo não quando lemos suas regras, mas quando o jogamos. Aí sua dinâmica é apreendida. Ninguém aprende a jogar a partir de uma manual de regras, mas a partir do jogo mesmo. Porque um jogo é muito mais que as regras de seu funcionamento. É intuição. Discernimento. Interpretação. Improviso. Imaginação. Só então as regras do jogo fazem algum sentido.
A Palavra de Deus também. Enquanto vivemos, a Bíblia pode ser compreendida na dinâmica do que experimentamos. O que diz só faz sentido a partir do que vivenciamos. O que acreditamos dizer a Bíblia como Palavra de Deus é apenas o que faz sentido na vida que experimentamos aqui e agora. O que cai no solo da existência humana e frutifica. O que promove e afirma a vida humana. “A letra mata, mas o Espírito vivifica”.
Para a vida humana, com tantas vozes e imprevisível, uma Bíblia tão falante e tão surpreendente.
Elienai Cabral Junior
A hermenêutica evangélica da Bíblia hierarquiza o texto sagrado dividindo-o em patamares de estilo e valor: o texto normativo e o narrativo. Por ser uma escrita escorregadia, marcada pelas singularidades e obscuridades das experiências humanas, o texto narrativo precisa ser iluminado pelo texto normativo, aquele que discorre sobre Deus e doutrina a vida do crente. Sendo assim, grande parte dos evangelhos e do Livro dos Atos dos Apóstolos careceria ser interpretada com o auxílio preciso das Cartas Apostólicas. Também se sujeitariam a estes os poéticos e apocalípticos. Afinal de contas, o que fazer com o sorteio que define a vontade de Deus para a substituição no colégio apostólico, ou com a quantidade exorbitante de vinho providenciada pelo festeiro Nazareno transformando água em vinho? Os narrativos escandalizam, os normativos devolvem a ordem.
Esta compreensão hierarquizada da Bíblia já é uma “ginástica” conceitual para administrar a violência imposta à vida humana ao submetê-la a uma autoridade carente de dinamismo, à força fria do que está escrito. Os textos narrativos, maioria sugestiva da Bíblia, são repletos de ambigüidades, contradições, tensões, becos sem saída e imprecisões, porque são o retrato da vida de homens e mulheres que experimentaram Deus em épocas e culturas próprias. Da mesma forma que o discurso religioso quer sujeitar a vida ao texto bíblico, sua hermenêutica obriga-se a calar a polifonia irresistível dos textos narrativos com a mordaça dos chamados textos normativos.
Como se já não bastasse a hercúlea tarefa de arranjar a “Bíblia” de forma a maquiar suas imprecisões textuais e sua distância cultural em relação ao leitor, impõe-se ao crente arranjar sua vida de forma a encaixá-la na moldura das Escrituras, ou pelo menos dar esta impressão. Entenda o enquadramento da vida pelas Escrituras pelo que delas se compreende e se institui como fiel interpretação. Assunto com que já nos ocupamos em textos anteriores a este.
Acredito que precisamos ampliar o alcance da doutrina cristã da encarnação. O Deus que se fez gente deveria ser a mais importante chave de compreensão da Bíblia. Sendo assim, podemos entender o gesto de se esvaziar da condição acima da vida para assumir a condição humana de viver como a rendição de Deus à única realidade em que o que diz à humanidade pode fazer sentido, na vivência.
A Palavra de Deus se enche de sentido no Verbo Encarnado. O Verbo Vivo não mata a vida para se impor como doutrina. “O ladrão vem para roubar, matar e destruir”. Doutrina que não se vivencia assalta a vida. Mas a Palavra encarnada é a que vivencia radicalmente a existência humana e nela promove a vida intensamente. (Jo 10.10) O movimento divino de encarnação é um ato libertador. É negação de qualquer fala que se desconectou da vida para a sua afirmação redentora. Antes de dizer, desdizer.
Talvez por isso Jesus tenha usado com freqüência as locuções “Ouvistes o que foi dito aos antigos (…) eu, porém, vos digo que (…)” (Mt 5.22-44) Um Deus encarnado precisa dizer de novo. Reinterpretar o que sempre disse, pois fala de dentro da dinâmica existencial dos viventes. Fala com cheiro, com timbre, com cara, com batimentos cardíacos, com cultura e história, é a Raiz de Jessé, o Filho de Davi. Judeu nazareno oprimido pelos romanos. É provavelmente carpinteiro, certamente pobre. É filho de Maria, primo de João Batista. É “comilão e beberrão”. É rabi. É o filho do homem. É gente. Tem que desdizer e dizer de novo.
Acredito que foi por isso que Jesus suspendeu a prática do jejum em determinado momento, rito previsto e normatizado na Lei, negando qualquer sentido ao jejum na “presença do noivo” Como também colocou o Sábado a serviço da vida humana e a libertou de seu senhorio desastroso: o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. A vida é sagrada e não o mandamento do sábado. A Bíblia foi feita a partir da vida humana e não a vida humana a partir da Bíblia. A Bíblia sagra-se na vida.
Jesus re-significou a lei diante da mulher flagrada em adultério. A célebre pergunta “quem não tiver pecado atire a primeira pedra” seguida do perdão nada mais foi que a vida legislando sobre a Lei. Silenciou a opressão da palavra que acusa e condena e deu voz ao perdão e à esperança. Jesus é a vida se impondo sobre a letra. Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou? Tão pouco eu te condeno. Vá e abandone a vida de pecado.”
A grande pressão sofrida por Jesus, sua maior tentação, foi a de inverter a relação. Violentar a vida impondo sobre ela as regras vindas do alto. Ao que respondeu com uma metáfora. “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”. (Jo 12.24) Mesmo diante da morte previsível, Jesus se nega a jogar com outras regras que não as da vida. As únicas que poderiam produzir muito fruto. Regras acima da vida fariam a palavra de Jesus uma palavra solitária, sem sentido. A palavra encarnada na vida, inclusive na possibilidade previsível da morte, é solidária, é comunhão, são muitos frutos, tem muito sentido. O mundo é reconciliado com Deus apenas na palavra que frutifica no solo da existência humana.
É por isso que o pregador que vocifera promessas de milagre precisa deixar o púlpito e freqüentar os quartos de hospitais onde esperam pelo último suspiro centenas de enfermos. Gente que nunca experimentará a tal “fé” que produz milagres. Pela mesma razão lamento a dor, mas celebro a oportunidade de ter a companhia de pastores que experimentaram o fim do casamento. Eles sim têm o que dizer sobre a interpretação de textos bíblicos a respeito do divórcio e novo casamento. Festejo a globalização e o acesso em tempo real aos fatos do mundo, pois enquanto reclamamos de Deus um jeitinho para os nossos mínimos problemas somos também constrangidos pelos campos de refugiados em Darfur.
Não tenho dúvida de que essa necessidade de alçar o texto bíblico acima do mundo vivido é uma manobra de perpetuação de poder, ou seja, da religião instituída. Apenas a instituição teme a leveza da vida humana, sua imprevisibilidade a ameaça, seu descontrole a esvazia, sua circunstancialidade a relativiza. Por isso o texto precisa emoldurar a vida humana e confirmar a relevância da religião organizada. Não consigo parar de repetir que a Bíblia que se posiciona acima da vida é sempre a imposição de uma interpretação dela e nunca ela mesma.
A Bíblia em si mesma é a sabotagem divina à sistematização dos amantes do poder. A Bíblia é Babel. A confusão de línguas e histórias impedindo a divinização dos edifícios. Babel é a vida liberta por Deus das amarras hegemônicas dos poderosos. A Bíblia é Deus confundindo os esforços cartesianos de aprisionamento da verdade. A Bíblia é Deus libertando a vida das razões absolutizantes. A Bíblia é Deus babelizando os poderosos e espalhando a verdade por tantos viventes quantos haja. A Bíblia é tão narrativa quanto à vida. E tão desorganizada, imprevisível, imprecisa, surpreendente e contraditória quanto a vida de qualquer um de nós.
E é justamente porque a Bíblia se parece muito com a vida humana que tem muito e sempre o que dizer à humanidade. Sendo um livro essencialmente narrativo é Deus falando enquanto vivemos.
Gadamer fala da compreensão como um jogo. Um jogo dialógico e dinâmico. Como em um jogo, só se compreende bem algo, suas regras e funcionamento, a medida que é vivenciado. Aprendemos um jogo não quando lemos suas regras, mas quando o jogamos. Aí sua dinâmica é apreendida. Ninguém aprende a jogar a partir de uma manual de regras, mas a partir do jogo mesmo. Porque um jogo é muito mais que as regras de seu funcionamento. É intuição. Discernimento. Interpretação. Improviso. Imaginação. Só então as regras do jogo fazem algum sentido.
A Palavra de Deus também. Enquanto vivemos, a Bíblia pode ser compreendida na dinâmica do que experimentamos. O que diz só faz sentido a partir do que vivenciamos. O que acreditamos dizer a Bíblia como Palavra de Deus é apenas o que faz sentido na vida que experimentamos aqui e agora. O que cai no solo da existência humana e frutifica. O que promove e afirma a vida humana. “A letra mata, mas o Espírito vivifica”.
Para a vida humana, com tantas vozes e imprevisível, uma Bíblia tão falante e tão surpreendente.
Elienai Cabral Junior
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
NOJOOD: A MENINA DE DEZ ANOS QUE SE DIVORCIOU
O drama de Nojood começou quando o pai, um desempregado que antes recolhia lixo nas ruas, quebrou a promessa de não a retirar da escola para lhe arranjar um marido, como fez a outras irmãs. Ela frequentava a segunda classe e adorava estudar Matemática e o Corão. Ele foi buscá-la para a entregar a um homem de 30 anos, o carteiro Faiz Ali Thamer.
No dia do casamento, confiante num alegado compromisso de que a união não seria consumada antes de ela “ser adulta”, a menina ficou fascinada com o dote: três vestidos, um perfume, duas escovas do cabelo, dois hijab (véu islâmico) e um anel cujo preço equivalia a 20 dólares. Este foi logo vendido por Thamer, que comprou roupas para si. A partir dali, a vida da recém-casada só piorou.
“Eu corria de sala em sala para tentar fugir, mas ele acabava sempre por me apanhar”, revelou Nojood ao jornal Yemen Times. “Chorei tanto, mas ninguém me ouvia. Sempre que eu queria brincar no pátio, ele vinha, batia-me e obrigava-me a ir para o quarto com ele. E se seu pedia misericórdia ainda batia e abusava mais de mim. Eu só queria ter uma vida respeitável. Um dia fugi.”
E esse dia foi 2 de Abril deste ano, dois meses após o casamento. Sob o pretexto de ir visitar a sua irmã favorita, Haifa (que aos nove anos vende pastilhas na rua), seguiu o conselho da “tia” (a segunda mulher do pai) e foi procurar justiça. Esta mendiga que ocupa um quarto com os seus cinco filhos foi a única que a tentou ajudar.
Nojood apanhou primeiro um ônibuso e depois um táxi e foi até a um tribunal de Sanaa. Ela era tão pequenina, que quase passou despercebida aos magistrados, aos advogados e a outros funcionários. À hora de almoço, quando a multidão se dispersava, relatou o diário Los Angeles. Times, “um juiz curioso aproximou-se dela e perguntou-lhe o que fazia sentada num dos bancos”. A resposta foi: “Eu vim pedir o divórcio.” Mohammed al-Qadhi, o juiz, ficou comovido.
A fotografia acima mostra Nojood ao lado da advogada, em cerimônia na cidade de Nova York, quando foi agraciada com uma das “Dez Mulheres do Mundo de 2008.
fonte: Diario de um Juiz
A Tristeza
A tristeza é um livro sábio que se tem no coração e que nos diz centenas de coisas - impede-nos de apodrecer como um cogumelo debaixo de uma árvore; pouco a pouco vai fabricando uma provisão de ensinamentos para a vida.
Juliusz Slowacki
fonte: Amigos do Freud
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Cristianismo Comparado
ÍNDIA, PAQUISTÃO, BANGLADESH – QUANDO DENOMINAÇÕES SE UNEM
O que fazer como minorias de cristãos em uma área dominada por grandes religiões: bramanismo, islamismo, jainismo, sikismo, budismo? Como unir recursos para uma grande missão? Como testemunhar o evangelho em unidade? Como não ter uma face estrangeira (importação cultural) diante de culturas milenares? Essas questões incomodaram líderes cristãos da Índia, que iniciaram conferências ecumênicas desde 1855. Já em 1908 se dava a primeira fusão – de presbiterianos e congregacionais – com a criação da Igreja Unida do Sul da Índia. A Conferência de Traquebar, em 1919, recomendou o início de uma caminhada séria que levasse à fusão de denominações em Igrejas unidas.
Em 27 de setembro de 1947, foi finalmente criada a Igreja do Sul da Índia (www.csichurch.com), com a fusão dos anglicanos, metodistas, presbiterianos, congregacionais e reformados holandeses, tendo como base o Quadrilátero de Lambeth (Escrituras, Credos, Sacramentos, Episcopado Histórico). Hoje a Igreja do Sul da Índia possui 15.000 congregações, com 3 milhões e 800 mil membros, 2.000 escolas, 130 faculdades, 104 hospitais e 500 abrigos para 35.000 crianças.
Como fruto do mesmo movimento, foi criada, em 29 de novembro de 1970, a Igreja do Norte da Índia, com a união de anglicanos, metodistas, presbiterianos, batistas, irmão livres (irmão de Plymouth) e discípulos de Cristo. A Igreja do Norte da Índia (www.cnisynod.org) possui 26 Dioceses, 1 milhão e 250 mil membros, 65 hospitais e 250 instituições denominacionais.
Inicialmente, houve uma aceitação de todas as ordenações, a criação de um Episcopado histórico pela imposição de mãos de Bispos Anglicanos e da Igreja Siriana Mar Thoma (reformada), e, a partir de então, todo o novo clero foi sendo Ordenado com sucessão apostólica.
Essas Igrejas unidas e inculturadas têm crescido, principalmente com a conversão na casta dos parias (dalit) e nas populações tribais.
Em 01 de novembro de 1970 foi criada a Igreja do Paquistão (www.churchofpakistan.org.pk), unindo anglicanos, metodistas, presbiterianos e luteranos, contando hoje com 800 mil membros, sob sérias restrições do regime islâmico.
Em 1971 o Paquistão Ocidental se separou do Paquistão Oriental, criando o país independente de Bangladesh. Isso levou, também, a divisão da Igreja. Em 1974, um sínodo deliberou pela criação da Igreja de Bangladesh.
Essas Igrejas incorporaram as diversas tradições denominacionais dentro do contexto cultural local, são presididas por um Moderador, têm um manual de liturgia inspirados no Livro de Oração Comum (LOC), e estão todas elas hoje filiadas à Comunhão Anglicana, como Províncias Autônomas. “Somos hoje todos bons anglicanos”, me dizia em abril passado o Reverendo Cônego Vinay Samuel, diretor do Centro de Oxford para Estudos Missiológicos, e ele mesmo um clérigo da Igreja do Sul da Índia.
Diante do incessante “rachismo” e “americanalhismo” da cristandade reformada brasileira atual, essas ações de unidade geradas pelo Espírito Santo em corações movidos pelo amor a causa e ao bom senso, nos serve de alento.
Poderia algo semelhante acontecer também na Terra da Santa Cruz?
Paripueira (AL), 05 de novembro de 2008.
+ Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano
"Só depois que nos tornamos humildes e ensináveis e permanecemos extasiados diante da santidade e soberania de Deus... reconhecendo nossa pequenez, desconfiando dos nossos pensamentos e desejando ter a mente humilhada, é que podemos adquirir a sabedoria divina" (J.I. Packer).
Este texto foi encaminado pelo docente e amigo Elson Cormack
terça-feira, 11 de novembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
Uma vida tocada na flauta
O vício ia tirando Charles dos palcos; entrou, enfim, no círculo vicioso da marginalidade até ir para a rua
A flauta é o único objeto que sobrou de um fugaz passado glorioso. O resto está irreconhecível numa caverna debaixo do viaduto Costa e Silva, o Minhocão, a poucos metros da igreja da Consolação, onde mora Charles Pereira Gonçalves, na região central.
As pontas dos dedos que tiravam notas musicais estão agora queimadas pelo crack. O sopro está comprometido pela tuberculose que contamina o pulmão. Trajado com roupas sujas e fétidas, Charles, olhos vazios, desistiu de tomar banho. Parece ter bem mais idade do que seus 34 anos.
A combinação de doenças -além da tuberculose, ele está com pneumonia- deixou-o esquelético e silencioso, sem vontade de conversar. Os sons que emite vêm de uma tosse constante. Quando, porém, vez por outra, ele toca seu instrumento, voltam os fragmentos da memória dos tempos em que, ainda menino, dividira o palco com músicos como o pianista Arthur Moreira Lima, o saxofonista Paulo Moura e o flautista Altamiro Carrilho.
Altamiro Carrilho ficou tão impressionado ao ouvi-lo tocar um chorinho que comentou: "Só pode ser reencarnação". Até então, não tinha visto alguém tão jovem e sem nenhum estudo musical tocar tão bem -e muito menos acreditava em reencarnação.
O maestro Júlio Medaglia explica essa habilidade pelo ouvido absoluto, termo técnico que designa rara sensibilidade de distinguir as notas. Isso torna ainda mais difícil entender como Charles consegue viver naquela caverna embaixo do Minhocão, onde, por causa do trânsito ininterrupto de veículos, o barulho não pára.
Por muito pouco, ele não viveu em ambientes radicalmente diferentes daquele, distantes da poluição sonora do viaduto. Medaglia dizia que, com estudo, o menino se transformaria em um instrumentista de renome mundial e conseguiu-lhe como professor, na Alemanha, o primeiro flautista da Orquestra Filarmônica de Berlim. "Pode ser um dos grandes flautistas do mundo", apostou Medaglia.
Às vésperas de viajar para a Alemanha, porém, Charles começou a hesitar e a demonstrar um comportamento estranho. A droga começava a entrar na sua vida.
Quando indagado sobre o motivo por que caiu nas drogas, ele explica, entre frases confusas: "As pessoas pensavam que eu estava fora do Brasil e deixaram de me procurar. Fiquei desanimado, comecei a não ir mais para a escola e a usar drogas. Experimentei crack e me perdi".
Acompanhado de dois de seus irmãos (um deles, gêmeo), Charles tocava nas ruas do centro de São Paulo, em 1984, quando tinha dez anos de idade. Diante do talento do filho, o pai, viúvo, treinou os irmãos para buscar dinheiro na rua.
A visibilidade das ruas levou-o a gravar um disco no começo da década de 1990 e a ser chamado para shows e programas de televisão.
O vício ia tirando-o dos palcos. "Só queria crack." Começou a faltar dinheiro. Entrou, enfim, no círculo vicioso da marginalidade até ir para a rua. Ele agora se diz disposto a dar aula particular em alguma escola.
"Queria ensinar flauta para crianças pequenas." Está consciente, entretanto, de que, viciado e tuberculoso, não pisaria numa escola. "Antes preciso cuidar de minha saúde."
Seu depoimento só mostrou mesmo emoção quando ele falou de sua única criação recente, ao se referir ao filho de um ano de idade. "Nunca vi o rosto dele, mas acredito que ele possa vir a ser um grande flautista."
Talvez por causa do sonho de que o talento, desperdiçado, pudesse ser salvo no desconhecido filho, ele tirou a flauta do bolso do paletó e tocou um chorinho. Nessa vaga esperança, era como se sua vida ainda pudesse ser tocada na flauta.
PS - Charles acabou tomando, por acaso, todo o espaço desta coluna. A idéia inicial era apresentá-lo como um exemplo de desperdício de talento para comentar o lançamento, na semana passada, da extensão do programa Bolsa Família para jovens. A justificativa dada pelo governo era reduzir a evasão escolar. Estava municiado de números sobre evasão, que, em alguns lugares, está crescendo, além de informações sobre como o ensino médio, tão longe da realidade, expulsa os adolescentes do prazer de aprender. A tragédia resume-se aos 7 milhões de jovens em regiões metropolitanas que não estudam nem trabalham, presas fáceis da marginalidade. Ficou tão difícil tirar espaço de Charles como deve ter sido desviar dele a atenção nos tempos em que encantava platéias. Mesmo doente, participou da gravação de uma faixa de um CD em 2006: quem ouvir a música (clique aqui) sentirá melhor do que em números o que é o desperdício de talentos.
Fonte Gilberto Dimenstein
sábado, 8 de novembro de 2008
Eu tenho um sonho
Abaixo o discurso do Rev. Martin Luther King, 45 anos depois um negro chega a Casa Branca
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
O MALEDICENTE
O MALEDICENTE, covarde entre todos os envenenadores, está seguro de sua impunidade; por isso é desprezível. Não afirma, senão insinua; chega a desmentir imputações que ninguém faz, contando com a irresponsabilidade de fazê-las nesta forma. Mente com espontaneidade, como respira. Sabe selecionar o que converge à detração. Diz distraidamente todo o mal de que não está seguro e cala com prudência o bem do qual tem certeza.
José Ingenieros
via Ricardo Gondim
José Ingenieros
via Ricardo Gondim
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
domingo, 2 de novembro de 2008
Luta contra pobreza inspira canção do U2
Quando 116 milhões de pessoas se manifestaram recentemente contra a pobreza mundial, seu grito coordenado não fez grandes manchetes -- mas inspirou o roqueiro e ativista irlandês Bono a compor uma nova canção para sua banda U2.
Em entrevista à Reuters, Bono disse que a campanha Stand Up and Take Action (Levante-se e Entre em Ação), realizada em 131 países, o inspirou a criar uma canção intitulada "Stand up".
"Ela ainda não está pronta, mas foi inspirada por esse conceito de levantar-se. Mas é um pequeno diamante", disse Bono, falando ao telefone desde Los Angeles.
Os organizadores da campanha disseram que os 116 milhões de pessoas que exortaram os líderes mundiais a não esquecer sua promessa de reduzir a pobreza e a fome no mundo até 2015 representam quase 2 por cento da população mundial e o recorde mundial Guinness de "a maior mobilização de massas sobre uma questão isolada."
Oito anos atrás os líderes mundiais fixaram uma série de metas, conhecidas como Metas de Desenvolvimento do Milênio, ou MDMs, para a redução da pobreza, a educação, saúde, igualdade e combate à desnutrição.
Mas os países em desenvolvimento temem que os países ricos aproveitem a pior crise financeira desde a Grande Depressão como desculpa para descumprir suas promessas.
Contrato moral
Bono disse: "Embora não tenha sido feito um contrato legal, como desejaríamos, foi firmado um contrato moral."
"Quebrar uma promessa feita a você mesmo, seu parceiro, sua família, promessas de um político a seus eleitores, tudo isso é ruim. Mas quebrar uma promessa feita às pessoas mais pobres e vulneráveis do mundo é um crime hediondo. Isso é inaceitável", disse ele.
Bono vem há anos aproveitando sua condição de celebridade para levantar dinheiro e chamar a atenção para a pobreza mundial e destacar como a ajuda, quando bem empregada, pode ajudar com a prevenção e o tratamento de doenças como malária e Aids.
"É terrível pensar que nós podemos tirar o pé do pedal aqui e que eles, lá, sejam os que saiam da estrada", disse ele, falando do receio de que menos ajuda vá retardar o progresso da África.
Mesmo assim, Bono disse que a região demonstrou ter potencial econômico significativo, com vários anos de crescimento econômico forte sob a égide de uma nova geração de líderes.
fonte: G1 via http://igrejaemergente.com.br/
Fé e Deus nas eleições dos EUA
O presidente Goerge W. Bush consolidou a associação de líderes conservadores americanos com Deus. "Quanto mais tempo passamos com Deus, mais nós vemos que Ele não é um rei distante, mas um amoroso pai", disse Bush durante um discurso. Se as urnas reproduzirem o que dizem as mais recentes pesquisas de opinião, os Estados Unidos em breve mudarão de rumo, seguindo um caminho mais liberal, voltando ao comando democrata. Mas, se o senador Barack Obama for eleito presidente no próximo dia 4, a inspiração divina continuará na Casa Branca, como ele já deixou claro ao longo de sua campanha. "Eu quero que vocês orem para que eu possa ser um instrumento de Deus", afirmou Obama em um encontro com seguidores.
As falas acima aparecem em um documentário da BBC que lança uma luz sobre o atual estado da superpotência mundial, a partir de uma perspectiva histórica. O historiador britânico Simon Schama, professor da Universidade de Columbia, em Nova York, analisou, entre outros temas, o papel da religião na formação e no desenvolvimento da nação americana. Na série para a TV, "The American Future: A History" (O Futuro Americano: uma História), exibida dias atrás aqui na Grã-Bretanha, Schama mostrou em um dos episódios como a religião, e especialmente o exercício da liberdade religiosa, é central na história dos Estados Unidos. Afinal, os pioneiros que cruzaram o Atlântico buscavam construir comunidades onde pudessem orar da forma que quisessem, liberdade garantida no Estatuto da Liberdade Religiosa da Virgínia, elaborado por Thomas Jefferson.
Esse aspecto da história americana é explorado de forma didática e inteligente por Schama, que em seguida traz para a realidade atual a importância da fé em Deus. "Cristãos evangélicos suspeitam que o candidato republicano, John McCain, não seja exatamente seu homem", diz o historiador. "Desta vez, é o candidato democrata, Barack Obama, quem invoca a fé como sua inspiração."
A fé de Obama quase o colocou em apuros meses atrás, quando sua associação com o reverendo Jeremiah Wright, seu ex-pastor em uma igreja da comunidade negra de Chicago, foi explorada na disputa pela indicação democrata. Wright, em seus sermões incendiários, atacava a nação e o ex-presidente Bill Clinton. Dizia que os Estados Unidos praticavam terrorismo no exterior e falava em uma "América branca". Barack Obama viu-se forçado a responder e o fez em um discurso que se tornou histórico e ficou conhecido como o "discurso sobre raça". No pronunciamento, Obama atacou de frente a questão racial no país e criticou as declarações do seu ex-pastor. Mas também falou da importância de Wright para sua formação moral e do papel da religião na sua vida. "O homem que eu conheci há mais de 20 anos é um homem que ajudou a me apresentar para a fé cristã, que falou para mim das obrigações de amarmos uns aos outros, de cuidar dos enfermos e ajudar os pobres." Barack Obama diz ser um homem de Deus, e a fé tem sido central na sua tentativa de se tornar o primeiro negro na Casa Branca.
O republicano John McCain raramente fala de Deus ou de religião. Ele freqüenta a igreja, mas não tem a fé como uma de suas armas políticas. Sua candidata a vice, Sarah Palin, é amada por religiosos conservadores, mas sua presença na chapa não foi suficiente para dar um toque evangélico na campanha republicana. Após oito anos de Bush clamando ter o Criador ao seu lado, divulgando a partir de Washington uma versão conservadora de religião, apoiado numa aliança da direita cristã com conservadores judeus, a inspiração divina nos Estados Unidos agora é outra. Nesta eleição Deus parece estar do lado democrata.
Rogério Simões em blog dos editores da http://www.bbc.co.uk/portuguese/
OS VALORES PODEM SE MANIFESTAR NAS CONDIÇÕES MAIS ADVERSAS
Ex-catadora de lixo de Belo Horizonte Maria das Graças Marçal, conhecida popularmente como “dona Geralda”, fundou a Asmare (Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável). Trata-se de um projeto social que atende várias dezenas de catadores na capital mineira e já recebeu diversos prêmios pelo seu caráter inovador. Inclusive, a oportunidade de ir pessoalmente, em 1999, à sede da ONU, em Nova York, para receber o Prêmio Unesco na categoria Ciência e Meio Ambiente.
Um feito e tanto para quem começou a catar papel aos 8 anos de idade, quando a família resolveu deixar o interior de Minas Gerais para buscar oportunidade na capital. Com a morte do pai, três meses depois, a mãe e os quatro filhos ficaram na indigência, sendo obrigados a viver do lixo. Dos 8 aos 16 anos, dona Geralda carregou lixo na cabeça. A partir dos 16, começou a puxar o carrinho, principal instrumento de trabalho do catador, que chega a puxar até meia tonelada usando a força das pernas e das mãos.
As iniciativas de Dona Geralda demonstram que empreender é um estado de espírito e não sinônimo de pessoa jurídica. O negócio que ela dirige não recicla apenas lixo; recicla vidas.
Existe valor mais nobre? Existe resultado mais surpreendente do que o que dona Geralda consegue? Ela pode até não gostar de ser chamada de líder – para ela, um “apelido” muito complicado –, mas faz tudo aquilo que o líder deve fazer: motiva pessoas em torno de uma causa, apresenta resultados surpreendentes, lidera onde se faz necessário e forma outros líderes. Finalmente, mas não em último lugar, inspira por valores que enobrecem aqueles que abraçam a causa.
César Souza
consultor, palestrante e presidente da Empreenda, autor de “Você é o Líder da Sua Vida?”. Apontado pelo World Economic Forum como um dos “200 Global Leaders for Tomorrow”.
sábado, 1 de novembro de 2008
Semana Haggai (2)
Pensei que ia poder postar na semana que passei no Haggai onde estive fazendo
o Workshop de Docentes, Mas que nada, foi muita coisa boa acontecendo e uma pressão grande para poder dar uma aula em 5 minutos e ser avaliado pelos colegas e pela banca do Haggai
Entre mortos e feridos salvaram-se todos
Uma correção, a arte acima foi feita pelo docente Elson Cormak
sábado, 25 de outubro de 2008
Semana Haggai
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
É uma pista falsa
É uma pista falsa, naturalmente, que Deus esteja ausente no momento da transgressão. A trama coloca Deus longe, para que saibamos que em termos dramáticos está perto – quer dizer, é do seu personagem que está sendo falado. Deus tem esse álibi formidável, não estava presente no momento em que tudo foi colocado a perder, mas num sentido muito profundo a função da narrativa é colocar de forma formidável esse álibi em dúvida.
Pela mesma razão, quando acusações forem trocadas daqui a alguns parágrafos, nenhum personagem estará geometricamente mais longe da culpa do que Deus. Para chegar-se da transgressão até Deus será preciso passar da sedução à serpente, da serpente a Eva, de Eva a Adão (aqui a culpa já começa a se dissipar) e, no estágio mais distante, de Adão até Deus.
Deus posta-se perplexo na extremidade mais isenta do drama, mas esta sua posição no palco é, literariamente falando, outra pista falsa.
Essa revelação explica em parte o enigma da serpente; fica claro que sua função mais genuína na trama é colocar uma distância maior, um estágio adicional, entre a transgressão e Deus. Esta sua função despistadora é compartilhada por Eva e, num certo sentido, por Adão.
Porque é evidente que ninguém está mais presente neste momento do que Deus. A própria narrativa não consegue gastar uma linha sem denunciá-lo. Não apenas a serpente “era o mais astuto de todos os animais do campo que o Senhor Deus havia feito”, como tudo o que a serpente tem a dizer, desde o primeiro momento, diz respeito à presença do Criador e aos possíveis furos no álibi divino. “Foi assim que Deus disse?”
E não é de estranhar que seja assim, porque esta é a história dele.
Paulo Bravo
www.baciadasalmas.com
Pela mesma razão, quando acusações forem trocadas daqui a alguns parágrafos, nenhum personagem estará geometricamente mais longe da culpa do que Deus. Para chegar-se da transgressão até Deus será preciso passar da sedução à serpente, da serpente a Eva, de Eva a Adão (aqui a culpa já começa a se dissipar) e, no estágio mais distante, de Adão até Deus.
Deus posta-se perplexo na extremidade mais isenta do drama, mas esta sua posição no palco é, literariamente falando, outra pista falsa.
Essa revelação explica em parte o enigma da serpente; fica claro que sua função mais genuína na trama é colocar uma distância maior, um estágio adicional, entre a transgressão e Deus. Esta sua função despistadora é compartilhada por Eva e, num certo sentido, por Adão.
Porque é evidente que ninguém está mais presente neste momento do que Deus. A própria narrativa não consegue gastar uma linha sem denunciá-lo. Não apenas a serpente “era o mais astuto de todos os animais do campo que o Senhor Deus havia feito”, como tudo o que a serpente tem a dizer, desde o primeiro momento, diz respeito à presença do Criador e aos possíveis furos no álibi divino. “Foi assim que Deus disse?”
E não é de estranhar que seja assim, porque esta é a história dele.
Paulo Bravo
www.baciadasalmas.com
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Cidade dos mortos
Vivem dentro dos túmulos como se fossem casas. Cavaram a terra um pouco mais fundo para ganharem espaço, ergueram paredes para construir quartos e abriram janelas para terem luz e ar. O cemitério do Cairo continua a ser o sítio onde se enterram os mortos mas é lá que vivem também mais de 800 mil pessoas. Os mais pobres dos pobres. Famílias inteiras que não têm outro lugar onde morar.
Quando é preciso enterrar um morto nos túmulos habitados, as famílias entendem-se entre si e as que lá vivem saem cerimoniosamente para dar lugar às formalidades do funeral. Ficam de parte e esperam que todo o ritual se cumpra.
Depois de chorado, rezado e enterrado, o morto fica no túmulo da família original mas
passa a pertencer também à nova família, que mais tarde há-de voltar a casa num silêncio sepulcral e deferente.
Ao fim de pouco tempo de convívio com o morto ele deixa de ser um estranho e a família retoma a sua vida e as suas rotinas sem mais embaraços. Não se preocupam em purificar o ar e, muito menos, em sacudir o pó da terra remexida. Estão habituados à proximidade entre vivos e mortos e partilham aquela espécie de mudez tumular. Falam pouco, os que habitam os túmulos. Em especial dentro de casa, nos dias de enterro. No resto são como os outros: riem e choram, gritam e pasmam, zangam-se e abraçam-se, apaixonam-se, casam-se e separam-se. Enfim vivem e morrem.
Têm medos, claro, mas também aprenderam a vencê-los e o pior pavor é não ter o que comer nem nada para dar aos filhos. O governo foi obrigado a olhar para esta realidade e passou a dar-lhes pão, água e luz. Primeiro mandou electrificar o cemitério para que os túmulos não ficassem às escuras. Depois, vendo que a população aumentava da noite para o dia, levou-lhes água até uma fonte e começou a pagar quase todo o pão. Com o passar dos anos construiu uma escola e mais um hospital e agora o cemitério é uma verdadeira cidade. A lendária Cidade dos Mortos, com alamedas de terra escura onde crescem tamareiras altas e brincam crianças descalças, onde se cruzam homens e mulheres muito cansados e onde os rapazes e as raparigas apaixonados andam de mãos dadas.
filado do http://laurindaalves.blogs.sapo.pt/37164.html
O Pedro do Borel vai morar lá, Vamos Orar e que Deus abençoe
terça-feira, 21 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Procura-se
Justiça dos EUA arquiva processo contra Deus por não saber endereço de réu
Como não foi possível notificar o Criador, juiz decidiu encerrar processo.
Senador alega que Deus é onisciente e deve ser julgado por 'crimes'.
A Justiça de Nebraska, nos Estados Unidos, decidiu arquivar nesta quarta-feira o processo que um senador movia contra Deus. O juiz Marlon Polk, da corte distrital do condado de Douglas, disse que como o senador Ernie Chambers não informou no processo o endereço do réu, a Justiça não teria como notificar Deus.
No processo, Chambers acusa Deus de gerar medo e de ser responsável por milhões de mortes e destruições pelo mundo. Segundo ele, Deus gerou “inundações, furacões horríveis e terríveis tornados”.
Chambers comentou que Deus fez ameaças terroristas contra ele e seus eleitores. Conforme o senador, ele abriu o processo em Douglas porque Deus está em todos as partes.
"Como a corte não tem condições de notificar Deus, é preciso arquivar o processo", afirmou o juiz Marlon Polk em sua decisão.
Apesar de significar inicialmente uma "derrota", o senador encarou positivamente a decisão. "A corte reconheceu, desta forma, a existência de Deus", afirmou. "Desta forma, uma das conseqüências de reconhecer Deus é admitir sua onisciência. E, se Deus sabe tudo, Deus foi automaticamente notificado deste processo", completou.
Chambers tem agora 30 dias para decidir se vai ou não recorrer do arquivamento
Do G1, com informações da Associated Press
fonte;globo.com
Como não foi possível notificar o Criador, juiz decidiu encerrar processo.
Senador alega que Deus é onisciente e deve ser julgado por 'crimes'.
A Justiça de Nebraska, nos Estados Unidos, decidiu arquivar nesta quarta-feira o processo que um senador movia contra Deus. O juiz Marlon Polk, da corte distrital do condado de Douglas, disse que como o senador Ernie Chambers não informou no processo o endereço do réu, a Justiça não teria como notificar Deus.
No processo, Chambers acusa Deus de gerar medo e de ser responsável por milhões de mortes e destruições pelo mundo. Segundo ele, Deus gerou “inundações, furacões horríveis e terríveis tornados”.
Chambers comentou que Deus fez ameaças terroristas contra ele e seus eleitores. Conforme o senador, ele abriu o processo em Douglas porque Deus está em todos as partes.
"Como a corte não tem condições de notificar Deus, é preciso arquivar o processo", afirmou o juiz Marlon Polk em sua decisão.
Apesar de significar inicialmente uma "derrota", o senador encarou positivamente a decisão. "A corte reconheceu, desta forma, a existência de Deus", afirmou. "Desta forma, uma das conseqüências de reconhecer Deus é admitir sua onisciência. E, se Deus sabe tudo, Deus foi automaticamente notificado deste processo", completou.
Chambers tem agora 30 dias para decidir se vai ou não recorrer do arquivamento
Do G1, com informações da Associated Press
fonte;globo.com
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Feiúra americana
Eu quis vender. Você foi contra."
"Eu também quis vender."
"Você queria US$ 4 milhões. O corretor disse que valia US$ 3 e meio. Pagamos menos de US$ 300 mil. O mercado estava louco. A gente deveria ter vendido até por três e hoje estaríamos vivendo de renda."
As paredes da casa velha são grossas, mas você ouve a briga do casal vizinho no quintal e, depois, no quarto.
Milhões de casais americanos, como meus vizinhos, esta noite brigam por causa de dinheiro, dívidas, extravagâncias, a compra ou a venda da casa. Quem não tem culpa no cartório?
A primeira vez que fui a Londres, em 69, fiquei impressionado com a vida espartana dos ingleses. Meu colega da BBC, de quase 30 anos, dividia um apartamento de dois quartos e um banheiro com outros três jornalistas.
Aos 25 anos, meu padrão de jornalista do terceiro mundo - ainda não nos chamavam de emergentes - era mais alto em Nova York. Meu salário baixo me dava acesso a crédito. Tinha crédito e devia os tubos. Dinheiro de plástico era muito mais caro na Inglaterra.
A recessão dos 70 e a falência de Nova York renderam amarguras e oportunidades. Se não devesse tanto poderia ter comprado um apartamento de dois quartos, de luxo, ao lado da casa do prefeito por preço de terceiro mundo. Isto foi em 75. Em 90, fui entrevistar uma cantora que tinha comprado o apartamento. Valia 15 vezes mais.
Aprendemos a lição? Não. Nos 80, os masters of the universe promoviam a ganância, vendiam lixo - junk bonds - e gastavam US$ 5 milhões numa festa. Nos 90 entramos na bolha da internet. Pufffff. Na virada do século entramos na bolha imobiliária. Puffff.
A riqueza americana hoje tem muito mais papel do que produção.
Nos garantem que esta crise é pior do que a recessão dos 70 e que a queda da bolsa de 87 foi fichinha comparada com a atual. Tomara que seja verdade. Tomara que não seja. Minha atitude muda de hora em hora.
Por que os americanos não aprendem a viver como o resto do mundo? Por que uma casa comprada há 20 anos por menos de US$ 300 mil vale - ou valia - há poucos meses US$ 3 milhões e meio?
Estamos grudados na televisão para os debates políticos. Devemos trilhões. O senador McCain nos promete que vai pagar as hipotecas podres. O senador Obama promete que vai reduzir impostos para 95% dos contribuintes e dar seguro de saúde para 46 milhões de americanos.
E os Estados Unidos vão ser como antes? Não, melhor. A bolsa caiu seis dias seguidos.
No pânico financeiro de 1907, JP Morgan jogou os milhões dele na praça e acalmou o país. Agora é a vez do homem mais rico do mundo, Warren Buffet, tentar salvar o capitalismo. Injeta bilhões no mercado em baixa. E o mercado despenca.
O secretário do Tesouro esparrama dinheiro. US$ 85 bilhões para a AIG, uma das maiores seguradoras do mundo. Os executivos da empresa e seus vendedores pegam a grana, se reúnem num spa e gastam US$ 400 mil num fim-de-semana.
Deputados mostram as contas das massagens e manicures. Os americanos espumam de raiva. A história não foi bem assim, mas não há explicação perdoável. Todos nos sentimos lesados e revoltados. Forca é pouco para os CEOs e presidentes dos bancos de investimentos. Queremos esganá-los.
Nos canais econômicos, 24 horas de prejuízos por dia, o debate é sobre estatização de bancos. Modelo sueco dos 90 ou inglês?
Pela primeira vez em não sei quantos anos - de 10 a 25 - nos informam os analistas econômicos, os americanos pararam de consumir.
Uma tragédia para a economia, dizem uns. É a salvação, dizem outros.
São quase duas da manhã e o casal do lado está em ação na cama: "Eu quis vender!".
Lucas Mendes
De Nova York para a BBC Brasil
"Eu também quis vender."
"Você queria US$ 4 milhões. O corretor disse que valia US$ 3 e meio. Pagamos menos de US$ 300 mil. O mercado estava louco. A gente deveria ter vendido até por três e hoje estaríamos vivendo de renda."
As paredes da casa velha são grossas, mas você ouve a briga do casal vizinho no quintal e, depois, no quarto.
Milhões de casais americanos, como meus vizinhos, esta noite brigam por causa de dinheiro, dívidas, extravagâncias, a compra ou a venda da casa. Quem não tem culpa no cartório?
A primeira vez que fui a Londres, em 69, fiquei impressionado com a vida espartana dos ingleses. Meu colega da BBC, de quase 30 anos, dividia um apartamento de dois quartos e um banheiro com outros três jornalistas.
Aos 25 anos, meu padrão de jornalista do terceiro mundo - ainda não nos chamavam de emergentes - era mais alto em Nova York. Meu salário baixo me dava acesso a crédito. Tinha crédito e devia os tubos. Dinheiro de plástico era muito mais caro na Inglaterra.
A recessão dos 70 e a falência de Nova York renderam amarguras e oportunidades. Se não devesse tanto poderia ter comprado um apartamento de dois quartos, de luxo, ao lado da casa do prefeito por preço de terceiro mundo. Isto foi em 75. Em 90, fui entrevistar uma cantora que tinha comprado o apartamento. Valia 15 vezes mais.
Aprendemos a lição? Não. Nos 80, os masters of the universe promoviam a ganância, vendiam lixo - junk bonds - e gastavam US$ 5 milhões numa festa. Nos 90 entramos na bolha da internet. Pufffff. Na virada do século entramos na bolha imobiliária. Puffff.
A riqueza americana hoje tem muito mais papel do que produção.
Nos garantem que esta crise é pior do que a recessão dos 70 e que a queda da bolsa de 87 foi fichinha comparada com a atual. Tomara que seja verdade. Tomara que não seja. Minha atitude muda de hora em hora.
Por que os americanos não aprendem a viver como o resto do mundo? Por que uma casa comprada há 20 anos por menos de US$ 300 mil vale - ou valia - há poucos meses US$ 3 milhões e meio?
Estamos grudados na televisão para os debates políticos. Devemos trilhões. O senador McCain nos promete que vai pagar as hipotecas podres. O senador Obama promete que vai reduzir impostos para 95% dos contribuintes e dar seguro de saúde para 46 milhões de americanos.
E os Estados Unidos vão ser como antes? Não, melhor. A bolsa caiu seis dias seguidos.
No pânico financeiro de 1907, JP Morgan jogou os milhões dele na praça e acalmou o país. Agora é a vez do homem mais rico do mundo, Warren Buffet, tentar salvar o capitalismo. Injeta bilhões no mercado em baixa. E o mercado despenca.
O secretário do Tesouro esparrama dinheiro. US$ 85 bilhões para a AIG, uma das maiores seguradoras do mundo. Os executivos da empresa e seus vendedores pegam a grana, se reúnem num spa e gastam US$ 400 mil num fim-de-semana.
Deputados mostram as contas das massagens e manicures. Os americanos espumam de raiva. A história não foi bem assim, mas não há explicação perdoável. Todos nos sentimos lesados e revoltados. Forca é pouco para os CEOs e presidentes dos bancos de investimentos. Queremos esganá-los.
Nos canais econômicos, 24 horas de prejuízos por dia, o debate é sobre estatização de bancos. Modelo sueco dos 90 ou inglês?
Pela primeira vez em não sei quantos anos - de 10 a 25 - nos informam os analistas econômicos, os americanos pararam de consumir.
Uma tragédia para a economia, dizem uns. É a salvação, dizem outros.
São quase duas da manhã e o casal do lado está em ação na cama: "Eu quis vender!".
Lucas Mendes
De Nova York para a BBC Brasil
Assinar:
Postagens (Atom)